Fracasso da política econômica do governo Jair Bolsonaro, sob o comando de Paulo Guedes, associado aos erros no enfrentamento à pandemia, tem feito com que grandes multinacionais deixem o país em ritmo acelerado. O movimento deve continuar nos próximos anos, dizem economistas
247 - A saída acentuada de grandes multinacionais do Brasil revela o fracasso da política econômica do governo Jair Bolsonaro, capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e sinaliza que a situação deverá se estender pelos próximos anos. Desde o ano passado, empresas como Ford, Walmart, Sony, além de farmacêuticas e laboratórios como Roche e Eli Lilly deixaram o país e o movimento não dá sinais que irá estancar, dizem os economistas.
"O Brasil dá sinais de crescimento pífio, com muitos problemas sociais agravados pela pandemia", diz. De 2017 a 2019, por exemplo, o país teve média anual de crescimento de 1,5%”, disse o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, ao jornal Folha de S. Paulo.
O fraco desempenho da economia, associada ao avanço da pandemia de Covid-19, fez com que a entrada líquida do investimento estrangeiro direto no Basil ao longo do ano passado registrasse uma retração de 50,6% quando em comparação com o exercício anterior.
Em março deste ano, porém, o investimento estrangeiro no País cresceu 17% em relação a fevereiro, mas Cagnin observa que uma retomada a longo prazo ainda está distante. "Podemos até atrair investimentos em commodities e em setores de infraestrutura, mas as deficiências vão continuar em muitas outras áreas", avaliou.
Ainda segundo ele, os erros do governo Jair Bolsonaro também contribuem para a fuga das multinacionais. "A gente não tem uma melhora de performance do ponto de vista sanitário, de como gerir e lidar com o surto de Covid-19. Não fizemos lockdowns adequados, vivemos de abre e fecha, temos uma vacinação lenta e cheia de erros, além de desemprego”, destacou. "O governo poderia ajudar a reduzir graus de incerteza, mas não faz isso”, completou o economista.
De acordo com a reportagem, um ranking de vulnerabilidade macroeconômica, elaborado pela consultoria MB Associados, aponta que o Brasil ocupa a antepenúltimo posição, com 62% de vulnerabilidade. Na comparação com 18 outros países, o Brasil só está melhor que a Argentina (74%) e África do Sul (67%).
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