O Executivo pretende
nos próximos dias debater a questão com clubes de serviço, igrejas, conselhos
setoriais e entidades de acolhimento
Além dos desafios
já existentes, a pandemia e a chegada do frio aumentaram a preocupação com a
população em situação de rua. A Prefeitura de Apucarana quer debater o assunto
com entidades ligadas ao setor, para definir uma série de ações visando
fortalecer o atendimento.
O
assunto foi tema de reunião entre o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, o
vice-prefeito, Paulo Sérgio Vital, e os assessores da Secretaria Municipal de
Assistência Social, Ana Maria Schmidt e André Henrique Lopes. “Queremos
enfrentar essa questão com amor cristão e com respeito à legislação vigente,
tendo como foco a reinserção familiar. Vamos construir tudo isso dialogando com
a sociedade”, frisa Junior da Femac.
O
Executivo pretende nos próximos dias debater a questão com clubes de serviço,
igrejas, conselhos setoriais e entidades de acolhimento. “Primeiro, vamos
reforçar o nosso lema: em Apucarana, ninguém vai passar fome. Depois,
pretendemos atualizar o levantamento da origem dessas pessoas e buscar, ao
máximo, a reinserção familiar”, salienta Junior da Femac.
Conforme
Ana Maria Schmidt, atualmente existem cerca de 70 moradores de rua em
Apucarana. “Eles normalmente estão em grupos, que classificamos como pontos de
aglomeração e pontos de pedido de esmola. É uma população que costuma ficar
aglomerada em grupos, o que os torna também vulneráveis quanto à covid”,
pontua.
Durante
a pandemia, três moradores de rua chegaram a ser diagnosticados com a doença,
através de um trabalho conjunto entre a Autarquia Municipal de Saúde e a
Assistência Social. “Nestes casos, temos um local onde essas pessoas podem
passar a quarentena antes de serem encaminhadas para entidades de acolhimento”,
observa.
Outro
aspecto que causa preocupação são os pontos de pedido de esmola. “Notamos que
algumas pessoas contribuem voluntariamente, mas há outras que acabam dando
dinheiro por se sentirem intimidadas. Queremos também levar essa questão para a
sociedade, colhendo sugestões de ações para enfrentar essa situação”, afirma
Ana Maria.
Além
dos moradores de rua, há ainda os chamados “trecheiros” que apenas estão de
passagem pela cidade. “Temos uma rede de atendimento que envolve o Centro Pop e
as instituições parceiras que fazem o acolhimento e o pernoite. No Centro Pop,
eles são atendidos por educadores e assistentes sociais que fazem a orientação
e onde os moradores recebem café da manhã e almoço, além de um local para banho
e lavagem de roupas”, cita Ana Maria, informando que o Centro Pop fica na Rua
Clotário Portugal, 250, e o telefone para solicitação da abordagem social é o
3422-3672.
VÍNCULOS
FAMILIARES – Ana Maria afirma que durante as abordagens os educadores sociais
buscam saber os motivos da pessoa estar nas ruas. “O trabalho é verificar quem
está na rua, porque está na rua e quais são os vínculos familiares que foram
quebrados. Observamos que boa parte deles têm família, fica durante o dia pelas
ruas pedindo esmola e à noite volta para casa”, relata Ana Maria.
De acordo com ela, os moradores de rua são incentivados a restabelecer os
vínculos familiares. “Levamos em consideração que são 70 pessoas e cada uma
delas com uma situação diferente. Tivemos o caso de uma pessoa que perdeu sua
esposa devido a um câncer e decidiu viver o seu luto na rua. Essa situação
perdurou por cerca de três semanas, até que conseguimos convencê-lo a voltar
para a sua casa”, exemplifica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário