sábado, 8 de maio de 2021

PGR cobra do governo do Rio explicações sobre o massacre no Jacarezinho

 Massacre policial, autorizado pelo governador Cláudio Castro, desafiou ordem do Supremo Tribunal Federal e assassinou 28 pessoas

Protesto Jacarezinho (Foto: Protesto Jacarezinho)

Sputnik – O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), explicações sobre as circunstâncias da operação no Jacarezinho, que terminou com 28 mortos. 

A PGR também pediu esclarecimentos ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, assim como a outras autoridades e órgãos estaduais.

Também foram solicitadas informações às Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, ao Tribunal de Justiça e à Defensoria Pública do estado. O prazo para envio das informações é de cinco dias úteis.


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou na quinta-feira (8), horas após a operação da Polícia Civil realizada no Jacarezinho, na zona norte do Rio, que a "ação foi pautada e orientada por longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação".

A operação terminou com 28 mortos, sendo 27 civis e um policial, a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. A polícia disse que as vítimas eram traficantes. Moradores da região e testemunhas da ação, no entanto, afirmam que houve abusos da polícia, que teria matado inclusive pessoas desarmadas. 

Inicialmente, o número de vítimas fatais informadas pela polícia era de 25, mas, nesta sexta-feira (7), a corporação afirmou que 28 pessoas tinham morrido.

MP abre investigação

O Ministério Público, por sua vez, informou que vai abrir investigação independente sobre os fatos ocorridos no Jacarezinho, e que está apurando "fundamentos e circunstâncias que envolvem a operação e mortes decorrentes da intervenção policial".

O vice-presidente Hamilton Mourão justificou a operação nesta sexta-feira (7) e disse que os mortos eram "todos bandidos". A ação causou grande repercussão e recebeu críticas de entidades civis, políticos, ONGs e especialistas em segurança pública. 


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