quinta-feira, 20 de maio de 2021

Pazuello diz que hacker roubou aplicativo que prescrevia tratamento precoce e jogou versão incompleta na rede

 A plataforma prescrevia o "tratamento precoce" para pacientes da Covid-19, que não tem eficácia comprovada cientificamente

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - Em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira (20), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que o aplicativo TrateCov foi roubado por um hacker, que jogou uma versão incompleta da plataforma na rede. 

A plataforma prescrevia o "tratamento precoce" para pacientes da Covid-19, que não tem eficácia comprovada cientificamente. 

Segundo Pazuello, foi feito um boletim de ocorrência contra o cidadão responsável. "No dia 10 [de janeiro] embarcamos para Manaus e apresentou-se no momento em que estava o desenvolvimento dele [aplicativo], não estava completo porque precisaria colocar todos os CRMs lá dentro, precisaria puxar para dentro dele todo o bojo de pessoas que poderiam contatar. Naquele dia que foi apresentado e foi feito o roubo dessa plataforma e foi feito um BO. Foi roubado e foi feito... Ele foi hackeado por um cidadão", afirmou Pazuello.


O general mandou o aplicativo sair do ar após a notícia. "Existe um boletim de ocorrência uma investigação que chega nessa pessoa. Ele foi descoberto, ele pegou esse diagnóstico, botou, alterou com dados lá dentro e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele, tem todo boletim de ocorrência que eu vou disponibilizar aqui. No dia que nós descobrimos que ele foi hackeado eu mandei tirar do ar imediatamente", argumentou o ex-ministro.

Em depoimento nessa quarta-feira (19), o general disse que a secretária da pasta Mayra Pinheiro foi a responsável pela criação da plataforma e negou que a ferramenta tenha entrado em funcionamento. Porém, registros do ministério e do governo do Amazonas mostraram imagens da solenidade de lançamento e indicaram, por exemplo, que, no dia 14 de janeiro, a pasta celebrou a adesão de 342 médicos no sistema - na época já em funcionamento.

Durante sua intervenção na CPI, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apontou a contradição na versão de Pazuello. Ele exibiu o vídeo de uma reportagem da TV Brasil que anunciava o lançamento do aplicativo, que estava disponível de forma antecipada para Manaus, “onde há mais demanda”. Assista:


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