O senador comentou os depoimentos obtidos na CPI da Covid no Senado, que, segundo ele, mostram como Jair Bolsonaro, sem conhecimento médico algum, praticamente receitou a hidroxicloroquina para a população brasileira. “Não falta quem queira ser charlatão para ter notoriedade num momento desses com uma droga que pode dar problema”. Assista
247 - O senador Otto Alencar (PSD-BA), em entrevista à TV 247, comentou as revelações que surgiram na CPI da Covid no Senado sobre o incentivo ao tratamento precoce contra a Covid-19, sem eficácia científica comprovada. Para ele, os depoimentos obtidos até o momento mostram que Jair Bolsonaro praticamente receitou a hidroxicloroquina para a população brasileira.
“São 215 milhões de brasileiros que receberam uma receita do presidente da República. Ele, sem nenhum conhecimento médico, pegou a caixinha e disse: ‘o caminho é esse’. E muitos dos seus seguidores devem ter usado essa medicação. Outros começaram inclusive a prescrever, não sendo médicos, a mesma medicação. Não falta quem queira ser charlatão para ter notoriedade num momento desses com uma droga que pode dar problema. Então, nós rejeitamos isso completamente. Só tem um caminho para evitar a forma grave da doença, que é a vacina”, afirmou o senador.
“O que acontece é que 90 a 95% dos pacientes desenvolvem a forma assintomática, leve ou moderada. Aí você dá a medicação e diz ‘fui eu que curei’. Ele ficaria bom tomando água, até porque água não tem efeito colateral e a hidroxicloroquina tem”, ironizou.
Alencar, médico de formação, explicou ainda os efeitos da ivermectina, que também não tem eficácia comprovada contra a Covid-19: “A ivermectina, tomada de acordo com a bula, não traz nenhum problema, mas se tomar acima do que está pré-estatuído na bula, se tomar o dobro do que está na bula, ela pode comprometer o fígado e ela também é neurotóxica. Teve alguns casos de pacientes que tiveram problema no cérebro. E ela só funciona para diminuir a incidência na ‘fase da boca’ se tomar em altas doses. Então, se tomar em altas doses mata, como se vai tomar uma medicação dessas sem orientação médica, sem uma prescrição médica? Não tem parâmetro, eu nunca vi e nunca pensei que na história da medicina alguém que não tivesse formação pudesse dar uma receita para 215 milhões de brasileiros”.
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