Senador afirma que ele apostou de forma criminosa na imunidade de rebanho e, por isso mesmo, sabotou a compra de vacinas e empurrou um remédio ineficaz para a população, a cloroquina
247 – Jair Bolsonaro cometeu crimes na gestão da pandemia e será punido no Brasil ou nos tribunais internacionais. É essa a aposta do senador Otto Alencar (PSD-BA), um dos nomes de maior destaque na CPI da Covid-19. "Tudo indica que Bolsonaro jogou com essa possibilidade da imunidade de rebanho, que é uma coisa criminosa. Por isso, ele descartou a vacina no ano passado, ironizou a CoronaVac, criou dificuldades diplomáticas com a China e apostou em medicações que não foram comprovadas, que não tinham nenhum efeito relacionado à doença. O depoimento de Dimas Covas, do Butantan, mostrou que a prioridade do governo federal e do Ministério da Saúde na gestão (do ex-ministro Eduardo) Pazuello nunca foi vacinar", afirmou, em entrevista à jornalista Julia Lindner, no jornal O Globo.
Alencar vê espaço para responsabilização de Bolsonaro. "Se ele não queria a vacina lá no ano passado, e a vacinação poderia ter começado em dezembro, é porque esperava que houvesse imunidade de rebanho. Eu tenho a gravação do presidente da República dizendo no final do ano passado que o vírus estava indo embora, porque as pessoas estavam imunizadas. São várias gravações nesse sentido", afirma. "Pelos elementos que nós temos até agora, só elementos preliminares, a minha conclusão é que, entre esses membros do governo, alguns têm muita culpa nas quase 500 mil mortes que estão verificadas no Brasil. Alguém tem que pagar por essa falta de uma ação de saúde qualificada, sintonizada com o que prescrevem as orientações médicas e sanitárias. Não pode ficar impune. A não ser que a legislação não seja cumprida no Brasil e também não seja cumprida a nível internacional."
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