Por Requião Filho
O
sofrimento dos usuários das rodovias paranaenses pedagiadas, há mais de duas
décadas, tem gerado incertezas e insegurança nas vésperas da licitação dos
novos contratos.
Esta semana, o
Governo do Paraná noticiou que não mais adotará o sistema híbrido de pedágio,
apresentado no início do ano e defendido amplamente pela bancada governista na
Assembleia Legislativa até então. Veremos se é mais uma propaganda do
governador, que em nenhum momento se referiu ao que pedimos “a menor tarifa”, e
sim fala na “mais barata”. São coisas bem diferentes! Aliás, essa diferencinha
aparentemente sutil pode render muito mais para as pedageiras e fazer com que a
população pague mais do que deve.
Notório
é que tal conquista se deu devido ao árduo trabalho dos deputados de oposição,
que se levantaram contra o modelo proposto e, diante do clamor popular, foram
acompanhados dos demais parlamentares, provando que juntos realmente somos mais
fortes.
Várias
audiências públicas foram realizadas por todo o Paraná, e a opinião era praticamente
unânime. O paranaense demonstrou que não aceitará um novo contrato sem a
contrapartida necessária. Mais uma vez se provou que, se ficássemos em
silêncio, estaríamos agora, às vésperas de uma licitação pelo modelo híbrido e
à mercê dos desejos das pedageiras por mais 30 anos.
Não vamos deixar de lembrar que o Governo do Estado e o seu
Secretário de Infraestrutura já tinham aceitado o modelo proposto pelo Governo
Federal, sem qualquer análise aprofundada. Eles mesmos, que na campanha se
colocavam contra o pedágio, acabaram por dar às mãos ao sistema e só mudaram de
posição, após o trabalho árduo dos deputados paranaenses.
Além disso, não
podemos fechar os olhos para as obras que não foram realizadas, pelas cobranças
indevidas. O Paraná tem o dever de cobrar as concessionárias, mesmo que
judicialmente, todos os prejuízos suportados pela sociedade paranaense. Cada
obra não feita, cada vida perdida, cada pagamento superfaturado em cada praça
de pedágio, tudo deve ser esclarecido e cobrado por este Governo, para que
mostre algum real comprometimento com o seu povo e com o interesse público.
Já
que não temos a opção de ficar sem pedágio nas nossas rodovias, que ao menos
seja pela menor tarifa, contratos transparentes e discutidos por todos. E
seguiremos vigilantes, porque a experiência já nos mostrou que se a gente
piscar, alguma surpresa desagradável pode acontecer. Contem com meu apoio!
*Requião
Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.
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