terça-feira, 11 de maio de 2021

Nise Yamaguchi é alvo de três requerimentos de convocação à CPI, apresentados por governistas

 A médica Nise Yamaguchi, que já foi cotada para assumir o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro, foi acusada pelo presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, de defender mudança na bula da cloroquina como um dos medicamentos para ser usado contra a Covid-19

Nise Yamaguchi (Foto: Reprodução)

247 - A médica Nise Yamaguchi, que já foi cotada para assumir o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro, é alvo de três requerimentos de convocação para depor na CPI da Covid, no Senado. Foram três aliados do governo que fizeram os pedidos: Ciro Nogueira, Jorginho Mello e Marcos Rogério.

A médica vai ser questionada sobre as declarações do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que a acusou, nesta terça-feira, 11, durante depoimento à CPI da Covid, de defender mudança na bula da cloroquina.

Barra Torres confirmou que o Palácio do Planalto tinha uma minuta sugerindo a inclusão da cloroquina como um dos medicamentos para ser usado contra a Covid-19. Em sua fala, Torres afirmou que a médica Nise Yamaguchi foi a principal entusiasta do uso do remédio, sem eficácia comprovada pela comunidade científica.


O dirigente afirmou que a médica estava "mobilizada" pela mudança da bula. "Aquilo me provocou uma reação deseducada. Falei que não poderia acontecer. Isso não tem cabimento. Só que pode modificar a bula é a agência reguladora do País, mas desde que solicitado pelo laboratório depois de estudos clínicos”, disse.

"Na minha visão não está contemplada essa medicação. (Minha avaliação) contempla testagem e diagnóstico precoce", disse ele, que negou defender o tratamento precoce contra a Covid-19. 

O dirigente afirmou que houve uma reunião com Braga Neto, quando o general era ministro da Casa Civil - atualmente está na Defesa -, com Luzi Henrique Mandetta (então Ministro da Saúde), Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina) e outro mais um médico, cujo nome não se recorda.

Em referência à cloroquina, o presidente da Anvisa afirmou que "existe um estudo em aberto, que avalia dados de uso em casos leves, com previsão para acabar em dezembro". "Estudos apontam a não eficácia comprovada", acrescentou.

Em depoimento na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta havia dito que a ordem referente ao uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce contra a Covid-19 não partiu da pasta. "Havia um papel não timbrado com informações sugerindo que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa e o próprio presidente Barra Torres que disse ‘isso não’. Alguém botou aquilo em formato de decreto", disse.

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