Entre maio e julho de 2020, a pasta ignorou sete oficios enviados pelo Conass alertando sobre a escassez dos medicamentos e pedindo ajuda no fornecimento, que foi de apenas 5.7% do consumo médio mensal dos estados
247 - Entre maio e julho de 2020, o Ministério da Saúde ignorou sete ofícios enviados pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) alertando sobre a escassez do kit intubação e pedindo ajuda.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a pasta forneceu apenas 3.5% a 5.7% do consumo médio mensal nos estados. As quantidades foram caindo e, em agosto, uma operação para a compra dos medicamentos de laboratórios uruguaios foi cancelada.
Nos documentos obtidos pela reportagem, o Ministério da Saúde admite que se comprometeu a assumir a regulação e centralização do fornecimento do kit intubação, embora a responsabilidade direta seja de estados e hospitais.
"A falta desses medicamentos pode colocar em risco a vida de pacientes, especialmente os que estão em estado crítico", afirmou o Conass, segundo um alerta.
O último ofício afirmava a "necessidade imediata de abastecimento desses medicamentos"
Ao Ministério Público Federal (MPF), a pasta afirmou ter comprado os medicamentos através de requisições administrativas (apropriações de estoques de fabricantes), pregões, pedidos de doações e parcerias internacionais e aquisições via Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).
No entanto, não havia "programação definida" para as requisições e os pregões não tiveram êxito.
A pasta alega que o aumento da demanda mundial comprometeu a oferta: "Desde setembro de 2020, o ministério acompanha, semanalmente, a disponibilidade dos medicamentos de intubação em todo o Brasil e envia informações da indústria e distribuidores para que estados possam realizar as aquisições".
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