Ministério da Saúde retirou do portal da pasta na internet um documento que recomendava o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19 poucos dias antes da instalação da CPI. Até ser retirado do ar, o documento foi exibido por 337 dias consecutivos
247 - O Ministério da Saúde retirou do portal da pasta na internet um documento com recomendações para o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19 poucos dias antes da instalação da CPI da Covid pelo Senado. Segundo reportagem do site O Antagonista, o material ficou no ar durante 337 dias, entre 20 de maio de 2020 e 22 de abril deste ano.
A droga não possui eficácia científica comprovada o seu uso não é recomendado pelas principais autoridades de saúde mundiais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), em função do risco de reações adversas que podem levar à morte.
A retirada do documento do site do ministério aconteceu após a realização de uma reunião na Casa Civil da Presidência e da elaboração de uma lista com 23 pontos – entre eles se “o governo promoveu tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas” - sobre o enfrentamento à pandemia pelo governo Jair Bolsonaro.
O documento, intitulado “Orientações do Ministério da Saúde para o manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”, recomendava o uso do difosfato de cloroquina e de sulfato de hidroxicloroquina até mesmo para pacientes grávidas.
As notas do ministério recomendando a utilização do medicamento vinham acompanhadas de termos de consentimento a serem assinados pelos pacientes. Material teria sido editado no período compreendido entre a demissão do então ministro Nelson Teich, em 15 de maio, e a posse do general Eduardo Pazuello, em 16 de setembro. Na época, o militar assumiu o comando da pasta de forma interina.
No início do ano, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) enviou um ofício ao ministério solicitando a revogação da nota técnica e que a pasta não incentivasse o uso de medicamentos sem eficácia e segurança comprovadas cientificamente.
“A minha avaliação é que retiraram a nota agora por conta da CPI, numa política de redução de danos sobre o que fizeram de forma errada, apesar das recomendações do CNS, que nunca foram atendidas, disse o presidente do CNS, Fernando Pigatto, à reportagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário