sexta-feira, 28 de maio de 2021

Médicos cubanos são impedidos de trabalhar em Minas Gerais mesmo após decisão judicial e lei estadual

 Profissionais estrangeiros que poderiam estar na linha de frente da Covid- 19 estão tendo que trabalhar como garçons, recepcionistas e atendentes de lanchonete para sobreviver

(Foto: Esq.: Reprodução)

247 - Cerca de 150 médicos cubanos que vivem no estado de Minas Gerais estão impedidos de atuar no combate à Covid-19  mesmo com decisão da Justiça Federal da 1ª Região, que determinou a expedição de licença de trabalho por seis meses para profissionais que tenham participado do Mais Médicos no estado. O objetivo é tentar aliviar a falta de médicos agravada pela pandemia de Covid-19. Eles atenderiam casos de baixa complexidade, o que poderia desafogar o gargalo nas unidades de pronto-socorro em cidades mineiras. 

Por conta disso, muitos cubanos que decidiram permanecer em Minas Gerais mesmo após o fim do programa Mais Médicos estão trabalhando de recepcionistas, garçons e até de atendentes em lanchonetes para sobreviver.

Segundo informou o portal G1, o estado tem hoje um quadro de  cerca de 5 mil médicos trabalhando na linha de frente contra a doença, mas o número é insuficiente: o quadro de profissionais que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) não-Covid no estado está 60% abaixo do ideal. Nos leitos destinados ao tratamento da doença, o déficit é de 30%. Os dados são do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed).  


De acordo com o advogado Rogério Calazans, da Associação Internacional para Profissionais da Saúde, autora da ação, o Conselho Regional de Medicina (CRM) está resistente em aplicar a decisão. “A decisão é do dia 7 de maio e a juíza deu prazo de 15 dias para que o CRM cumprisse a determinação. Até agora, isso não foi feito. A entidade se esquiva da notificação e coloca obstáculos para o cumprimento judicial”, disse ele.

 A ação também menciona a lei estadual, sancionada em abril, que permite a convocação de voluntários, estudantes de medicina, aposentados e médicos estrangeiros para ajudar no atendimento às vítimas da Covid-19.

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