Em editorial, o jornal Folha de S. Paulo afirma que Jair Bolsonaro se tornou um "presidente periférico" e que a pandemia escancarou "todas as fraquezas políticas e gerenciais constitutivas da aventura" do atual governo
247 - Em editorial, o jornal Folha de S. Paulo afirma que a cada desdobramento político a imagem que se firma é que Jair Bolsonaro cada vez mais se torna um “presidente periférico”, pressionado pelos partidos do centrão e pelo início da CPI da Covid.
“A administração Bolsonaro vai se despedaçando, o que atrai excêntricos e oportunistas para seus escombros. Desfaz-se em bravatas, comentários demófobos, fracassos e inoperância a ambiciosa agenda reformista do ministro Paulo Guedes (Economia)”, destaca o periódico.
“Começa para efeito prático nesta terça (4) a CPI da catástrofe sanitária, que o governo não logrou evitar nem conseguirá controlar. A comissão de senadores não tratará de tema abstrato, diante das mais de 400 mil mortes, cifra ainda em forte expansão. Tampouco terá dificuldade para assentar a irresponsabilidade da gestão federal, e do presidente da República em particular, no combate à pandemia”, avalia o editorial.
Ainda conforme o texto, “a pandemia, com seus desafios prementes e ubíquos, concorreu para escancarar todas as fraquezas políticas e gerenciais constitutivas da aventura Bolsonaro. O potencial danoso do despreparo técnico, aliado à desconexão orgânica com partidos e agentes institucionais, tornou-se indisfarçável sob o crivo da emergência sanitária”.
“Não surpreende que Jair Bolsonaro vá retornando às margens do sistema, agora trajando a faixa presidencial. Decisões importantes para o país contornam o Palácio do Planalto —anomalia que se tenta arrastar penosamente até 2022”, finaliza o editorial.
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