Comissão decidiu chamar o bilionário que financiou o negacionismo, o irmão do ex-ministro da Educação que queria mudar a bula da cloroquina e o assessor internacional da presidência
247 - Três personagens centrais na articulação da extrema-direita no Brasil serão convocados pela CPI da Pandemia: o bilionário Carlos Wizard, Arthur Weintraub e Filipe G. Martins. Os requerimentos foram aprovados nesta quarta-feira, na reunião dos senadores. Wizard esteve por trás do lobby para mudar a bula da cloroquina e financiou um site negacionista que dizia que havia “tratamento precoce” contra a Covid. Irmão do ex-ministro Abraham Weintraub, Arthur Weintraub é suspeito de comandar o “ministério paralelo” da Saúde, que também fez lobby pela cloroquina e pela mudança da bula. Por último, Filipe G. Martins é quem articula o bolsonarismo com a extrema-direita global e propaga teorias anti-China e negacionistas. Também serão ouvidos novamente Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, ex e atual ministro da Saúde. Saiba mais na reportagem da Agência Senado:
Agência Senado - A CPI da Pandemia aprovou nesta quarta-feira (26) a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. Os depoimentos ainda serão agendados.
O retorno de Pazuello vem após a participação do general em ato público em favor do presidente Jair Bolsonaro no domingo (23), no Rio de Janeiro, e depois do depoimento, nesta terça-feira (25), da secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, que contrariou o que Pazuello afirmou na semana passada sobre a crise provocada pela covid-19 no Amazonas. Aos senadores, Mayra afirmou que o ex-ministro da Saúde soube do desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro. À CPI, Pazuello afirmou que foi informado apenas na noite do dia 10 de janeiro.
Depois do depoimento de Pazuello em dois dias consecutivos (19 e 20 de maio), alguns senadores avaliaram que o ex-ministro mentiu e precisa dar novos esclarecimentos. Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) assinam os requerimentos:
"Após declarar, por exemplo, que sempre foi favorável ao uso de máscaras e ao isolamento social, o general da ativa decidiu participar de manifestação convocada pelo presidente sem as devidas precauções diante da pandemia que assola a população brasileira, fomentando atitudes que colocam a vidas das pessoas em risco. Essas e outras mentiras precisam ser esclarecidas", aponta Randolfe.
Senadores também aprovaram o retorno do atual ministro da Saúde à comissão. Entre os requerimentos aprovados, estão os dos senadores Humberto Costa e de Tasso Jereissati (PSDB-CE). Segundo Humberto, o depoimento anterior de Marcelo Queiroga também foi contraditório.
"O depoimento foi contraditório em diversos aspectos. Um deles diz respeito à afirmação de que, na gestão dele, não há promoção do uso da hidroxocloriquina para tratamento da covid. Todavia, o ministro, até o presente momento, não revogou a portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação", aponta o senador por Pernambuco.
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