Líder do Psol alerta para o risco de uma nova ditadura caso Jair Bolsonaro consiga destruir de vez as forças armadas e criar o "seu exército"
247 – Guilherme Boulos faz um importante alerta em artigo publicado nesta terça-feira na Folha de S. Paulo. Se o general Eduardo Pazuello, que cometeu o crime de indisciplina ao participar de um comício fascista no último domingo, não for punido, Bolsonaro dará o golpe, argumenta Boulos. "O Exército Brasileiro está no fio da navalha desde o início do governo Bolsonaro. Quando oficiais da ativa ocuparam ministérios e outros altos cargos da República, a fronteira entre instituição de Estado e de governo ficou cinzenta. Quando o presidente fez manifestação em defesa do AI-5, na caçamba de uma caminhonete, em frente ao Quartel General, o perigoso caminho da politização da tropa já estava desenhado", diz Boulos.
"Mas, no domingo (23), Eduardo Pazuello ultrapassou a linha vermelha. Foi a primeira vez que um general da ativa subiu no palanque de um ato político, ao lado do presidente, ambos aliás sem máscara", prossegue Boulos. "Se um general pode, um cabo e um soldado também podem. Podem inclusive animar-se a seguir o conselho escroque de um dos filhotes presidenciais e chegar de jipe em frente ao Supremo. Ou ao Parlamento, à sede de um partido de oposição, enfim, podem atuar como agentes políticos independentes da instituição de que fazem parte, a qual é nada menos que o braço armado do Estado."
"Por isso, o episódio de Pazuello representa uma encruzilhada tão decisiva para o país. Se o Comando do Exército não o punir de forma exemplar, permitirá um caminho sem volta de politização bolsonarista da tropa, com consequências dramáticas para a República. As próximas horas dirão", finaliza.
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