quarta-feira, 26 de maio de 2021

Apucarana vai multar quem desrespeitar normas do decreto

 



O prefeito de Apucarana, Junior da Femac, afirma que acabou o período de conscientização e que, a partir do novo decreto que passa a vigorar no dia 28, o Município vai multar os infratores. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (26/05), durante reunião por videoconferência com entidades ligadas ao setor produtivo e que contou com a presença de representantes dos órgãos de segurança.
A reunião virtual contou com a participação do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), da presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana), Aida Assunção, além de empresários representando o CentroNorte Shopping e o setor de restaurantes. Também participaram o tenente-coronel Marcos José Facio, comandante do 10o Batalhão de Polícia Militar (BPM), e Alessandro Carletti, comandante da Guarda Civil Municipal (GCM).

Ao longo do dia, o prefeito também fez outras videoconferências para comunicar a ampliação das medidas restritivas a representantes de supermercados, bancos, igrejas (católicas e evangélicas) e feirantes de Apucarana. “Vou acolher integralmente o decreto do governo do Estado, com um detalhe importante: acabou o tempo de conscientização dos empresários e partir de agora vamos multar quem descumprir as regras”, enfatiza Junior da Femac.

De acordo com o decreto estadual, o comércio poderá funcionar no período das 9 horas às 18 horas com 50% da ocupação, as academias das 6 horas às 20 horas com até 30% da ocupação, os shoppings até às 20 horas, com 50% da ocupação, supermercados das 8h às 20 horas com 50% da ocupação e restaurantes, bares e lanchonetes no período das 10h às 20 horas com 50% do público (podendo depois desse horário fazer o atendimento somente na modalidade de delivery). Já aos domingos, todos os estabelecimentos deverão permanecer fechados (com exceção dos serviços essenciais) e somente serão permitidos os serviços de entrega em domicílio.

“Oito horas da noite é para estar fechado. Será dado 30 minutos de tolerância e então a fiscalização passará e vai autuar quem estiver aberto. Haverá a aplicação de multa e, no caso de reincidências, cassação do alvará. Além da multa da fiscalização municipal, vamos encaminhar o processo ao Ministério Público que também pode arbitrar multas que iniciam em R$15 mil”, anunciou Junior da Femac. Durante o dia, a equipe de fiscalização também estará atuando no comércio, indústrias e construção civil. “Se o álcool gel não estiver disponível será autuado, chegou na construção civil e o trabalhador for flagrado sem máscara, os responsáveis pelo empreendimento serão autuados”, reitera Junior da Femac.

O prefeito reforça que nas empresas se um funcionário estiver trabalhando com o coronavírus, havendo conhecimento por parte dos proprietários, o fato passa a ser enquadrado como acidente de trabalho. “Ao recepcionar o decreto, também vamos incluir a seguinte exigência: nos mercados, shopping e bancos será obrigatório ter um controle do número de pessoas que está dentro do estabelecimento. Poderá ser em papel ou forma eletrônica, mas os fiscais vão passar e exigir a comprovação de quantas pessoas estão naquele momento dentro do estabelecimento”, alerta Junior da Femac.

Junior da Femac afirma que todas essas medidas estão sendo tomadas por conta do “crescimento exponencial” do número de casos e para evitar uma “catástrope” sanitária em Apucarana. “Queremos de todas as formas evitar que alguém venha a falecer por falta de leito hospitalar, mas estamos no limite e por isso precisamos aumentar as medidas restritivas”, argumenta, acrescentando que o Município irá implantar um Disque Denúncia para que a população comunique situações em desconformidade ao decreto.

PM barra festa com 1.800 pessoas

Durante a reunião com representantes do comércio e restaurantes, o comandante do 10o BPM relatou que a Polícia Militar conseguiu evitar a realização de uma festa no último final de semana, que já tinha 1.821 pessoas confirmadas. “A festa iria acontecer numa chácara e tivemos acesso a esta lista com os nomes das pessoas que já tinham pago os R$ 30 para participar deste evento”, revela o tenente-coronel Marcos José Facio, afirmando que a polícia também conseguiu barrar outra festa clandestina, programada para acontecer neste final de semana e que já tinha 200 pessoas confirmadas. As autoridades estão ainda preocupadas com as partidas de futebol e que também serão fiscalizadas.

“Maio pode chegar a 90 óbitos”, lamenta Júnior da Femac

No período da tarde, em videoconferência com proprietários e gerentes dos principais supermercados da cidade, o prefeito Júnior da Femac repassou as regras do decreto estadual e apresentou gráficos que revelam a gravidade do momento. “Em todo o ano de 2020 ocorrem 95 óbitos em Apucarana, uma média de 10,5 ao mês. De janeiro a abril foram 164 vidas perdidas para o vírus na cidade, uma média de 41 óbitos ao mês e, neste mês de maio, até terça-feira, 64 apucaranenses perderam a batalha para a Covid-19, deixando família e amigos enlutados. Nesta projeção, tememos fechar o mês entre 80 e 90 vidas perdidas para a doença”, lamentou o prefeito.

Segundo ele, a partir das comemorações ao Dia das Mães, o número de casos positivos e óbitos disparou. “Eram em média 60 casos diários, o gráfico foi subindo dia a dia e, na terça-feira, 170 apucaranenses foram diagnosticados com a doença. Vivemos uma situação muito difícil. A questão é grave, séria, e exige medidas fortes para salvarmos vidas. Não me perdoaria em ver um apucaranense morrendo na fila de espera por uma UTI, por isso estou tomando todas as atitudes possíveis para barrar este vírus em Apucarana, que vem evoluindo de forma muito rápida e para isso conto com o apoio de todos, população e setor produtivo”, pontuou Júnior da Femac.

As autoridades em Saúde avaliam duas possibilidades para o agravamento da situação sanitária. “Está sendo investigado se este quadro está relacionado à presença de novas variações do vírus, ou a cepa indiana ou a variante que já foi identificada em 21 municípios paulistas e ainda não foi nomeada”, comentou o prefeito, lembrando da relação econômica de Apucarana com o Estado de São Paulo.

 

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