Empresário critica a elite empresarial, que ajudou a colocar Jair Bolsonaro no poder, ampliando a desigualdade e a pobreza no País. "O Brasil só tem uma solução: redistribuição de riqueza enquanto cresce e não depois", afirma
247 – O empresário Ricardo Semler, voz dissonante na elite brasileira, publica artigo nesta terça-feira, na Folha de S. Paulo, em que diz que não há opção entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o desastre Jair Bolsonaro, sugerindo apoio a Lula. "Agora, com o sapo barbudo afiando a lâmina, a coisa entortou de vez. Ninguém imaginava mais um embate do PT com a direita", escreve Semler.
No artigo, ele também lembra que o Brasil era mais rico com Lula. "Este país continua rodando no mesmo lugar há décadas. Somos agora o 85º no mundo em renda real per capita —com dólar a quase R$ 6— e éramos o 76º, com dólar a R$ 3, nos tempos do PT", aponta. "Parte dessa culpa é da elite, que sugou renda para si e financiou conservadores para lhes representar desde 1964."
"O empresário costuma ser bom vendedor e ter uma inteligência lógica alta. Quase sempre com uma inteligência emocional e afetiva constrangedoras. Soa pitoresco achar que essa camada, de cultura rasa e visão política limitada, seja capaz de propor um candidato de terceira via", escreve ainda Semler. "O Brasil só tem uma solução: redistribuição de riqueza enquanto cresce e não depois", reforçando seu apoio ao projeto lulista.
"Quem ainda usa o termo comunista é um Neandertal —não existe mais um sequer no Brasil, nem no PSOL. Comunista é a China, que tem 150 cidades novas e modernas com 1 milhão de pessoas cada, pobreza em queda vertiginosa e uma economia que irá desbancar os EUA como a maior das potências", escreve ainda.
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