sexta-feira, 16 de abril de 2021

Renan Calheiros é escolhido para ser relator de CPI e aumenta pressão sobre Bolsonaro

 Crítico do governo federal, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) será o relator da CPI da Covid-19. Parlamentar apontou esta semana crime de responsabilidade de Jair Bolsonaro, que, na conversa com Jorge Kajuru (Cidadania-GO), demonstrou a intenção de interferir nos rumos das investigações

Senador Renan Calheiros (MDB-AL) (Foto: Agencia Brasil)

247 - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) será o relator da CPI da Covid-19, o que aumentará a pressão sobre Jair Bolsonaro. Além de ser crítico ao governo, o emedebista também é entusiasta de uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. 

Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) fecharam nesta sexta-feira (16) acordo para a composição dos cargos de comando da CPI da Covid-19. A informação foi publicada pela coluna de Vera Magalhães, no jornal O Globo.  

O colegiado será presidido por Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente será o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).


Esta semana o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Luis Roberto Barroso que obrigou o Senado a instalar a CPI da Pandemia

Alvo de mais de cem pedidos de impeachment protocolados junto ao Congresso Nacional, Bolsonaro cometeu inúmeros crimes desde o começo da pandemia. Estimulou aglomerações, criticou em diversas ocasiões o isolamento social e saiu às ruas sem máscaras.

Bolsonaro também sabotou materiais fornecidos pela China para a produção de vacinas no Brasil, receitou medicamentos sem comprovação científica no tratamento contra a Covid-19 e amenizou em várias ocasiões os efeitos da pandemia, chegando a classificá-la como uma "gripezinha". 

De acordo com a plataforma Worldometers, que disponibiliza dados globais sobre a pandemia, o País registrou, até esta sexta-feira (16), a segunda maior quantidade de mortes provocadas pelo coronavírus (365 mil). Os Estados Unidos têm o número de óbitos provocados pela Covid-19 (579 mil).

O Brasil contabilizou, até o momento, o terceiro maior contingente de infectados (13,7 milhões), atrás da Índia (14,3 milhões) e dos EUA (32,2 milhões). 

Tentativa de interferência

A pressão em cima de Bolsonaro aumentou esta semana, após a divulgação de uma conversa em que ele revelou a intenção de interferir nos rumos da CPI, no intuito de perseguir governadores e prefeitos, além de pedir impeachment de ministros do STF. O diálogo aconteceu com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). 

Em entrevista ao jornalista Luis Costa Pinto, o senador Renan Calheiros destacou, em vídeo divulgada na última segunda-feira (12), que houve crime de responsabilidade de Bolsonaro. "Ninguém dispõe sobre o limite do escopo (da investigação) de uma CPI. Uma conversa cheia de ameaças, insinuação...", afirmou.

Críticas do exterior

A eurodeputada pelo Partido Verde, a alemã Anna Cavazzini, vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para assuntos relacionados ao Brasil, afirmou que Jair Bolsonaro "tem grande parcela de responsabilidade pelo número de doentes e mortos porque não levou a doença a sério".

"Incentivou as pessoas a se reunirem em grandes aglomerações, manteve-se cético no início em relação à vacinação e obstruiu os serviços de imunização em cidades e Estados do Brasil", acrescentou. 

O descontrole da pandemia no Brasil também virou piada em um programa britânico. Na última edição do humorístico Have I Got News For You, apresentado pelo ator David Tennent (Dr. Whoo e Harry Potter), onde notícias são apresentadas em formato de humor e com muita ironia, o apresentador começa a falar que, com a pandemia as pessoas podem identificar os países a partir de cores, menos o Brasil, que será identificado com "ossos e cruzes". "O sinal do Brasil é um crânio e ossos em cruz", disse um dos humoristas. 

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