segunda-feira, 19 de abril de 2021

Presidente da CPI do genocídio diz que no Brasil nada foi feito para impedir a entrada do vírus

 O senador Omar Aziz, presidente da CPI do genocídio, diz que não fará "negociata" com o governo de Jair Bolsonaro

(Foto: Agência Senado)

247 - O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse neste domingo (18), que não está disposto a fazer qualquer tipo de "negociata" com o governo Bolsonaro para mudar o escopo da investigação. Aziz fez críticas severas à conduta do governo durante a crise sanitária e disse que no Brasil não se fez absolutamente para impedir a entrada do vírus" no ano passado.

"A CPI vai ter início, meio e fim. Não dá para uma pessoa como eu, do estado do Amazonas, que foi um dos estados que mais sofreram com a pandemia, fazer de conta que não aconteceu nada. O Brasil tem em torno de 2,5% da população mundial, e nós representamos 26% de óbitos. Vamos chegar em uma semana a mais de 400 mil óbitos. Em outubro de 2019, todos os cientistas, as pessoas que trabalhavam no Ministério da Saúde já sabiam que a pandemia ia chegar no Brasil O Brasil não fez absolutamente nada para impedir a entrada do vírus no início. E eu vou ficar pensando em negociata com o governo? Com pessoas morrendo de oxigênio no meu estado? Não tem como. Não tem a menor possibilidade disso - disse em entrevista à "GloboNews".


Por sua vez, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que será o relator da CPI do genocídio, disse que a comissão vai apurar os fatos. 

Renan disse que a CPI vai fazer a investigação com absoluta responsabilidade e isenção. "Não tem por que o presidente (Bolsonaro) ficar preocupado. Não vamos fazer força-tarefa, não vamos fazer powerpoint contra o presidente da República, nada. Vamos apurar fatos - declarou, em referência à investigação feita sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que resultou na condenação e prisão do ex-presidente.

"Não vamos pré-datar investigação, mas vamos apurar tudo, absolutamente tudo. E tendo que responsabilizar alguém, nós vamos responsabilizar. A CPI não pode punir, não pode fazer força-tarefa, mas pode investigar e responsabilizar. E depois que ela responsabilizar aqueles que por erro ou omissão contribuíram com esse morticínio, a sociedade não vai tolerar que aqueles que colaboraram pra a morte de 360 mil pessoas". 

Renan expressou a confiança em que a CPI do genocídio "não vai dar em pizza", informa O Globo.

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