segunda-feira, 5 de abril de 2021

País só deve concluir vacinação de prioritários no 2º semestre

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem capacidade para vacinar pelo menos dois milhões de pessoas por dia, mas o Brasil tem dificuldades para a aquisição de imunizantes prontos e de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA)

(Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil)

247 - Com o ritmo lento de vacinação, o Brasil só deve imunizar todos os grupos prioritários (77,2 milhões de pessoas) apenas no segundo semestre deste ano, de acordo com projeções feitas por analistas. Em setembro, quando Biomanguinhos começará a produzir o IFA da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas o cronograma pode mudar, porque a assinatura do contrato de transferência de tecnologia entre AstraZeneca e Fiocruz está atrasado há quatro meses. De acordo com o cronograma do Instituto Butantan, a produção do IFA da Coronavac só deverá ocorrer em larga escala a partir do início do ano que vem. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem capacidade para vacinar pelo menos dois milhões de pessoas por dia, mas o Brasil tem dificuldades para a aquisição de imunizantes prontos e de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima necessária à produção nacional de vacinas no Instituto Butantan, em São Paulo, e em Biomanguinhos/Fiocruz, no Rio.


No dia 31 de março, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a baixar a previsão de entrega de vacinas em abril de cerca de 40 milhões para 25 milhões de doses. Mesmo assim, no mesmo dia, o governo anunciou que pretendia vacinar 80 milhões de pessoas (metade da população elegível para receber a vacina) até metade do ano. 

De acordo com especialistas, só seria possível atingir o número prometido pelo governo se Brasil vacinasse pelo menos um milhão de pessoas por dia de forma continuada, sem reduções ou interrupções. 

"Se a gente conseguisse chegar a 1,5 milhão de vacinados por dia, em abril concluiríamos o grupo 1 das prioridades", disse o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas. "Aí daria para concluir todas as prioridades até agosto, setembro, e o restante da população, até o fim do ano. Mas acho pouco provável que isso aconteça porque toda vez que o Ministério da Saúde anuncia uma meta, ele a corrige logo depois", complementou.

Coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt recorreu à matemática. "Para metade da população receber uma dose até o meio do ano, teríamos de vacinar, já a partir de agora, 970 mil por dia; para duas doses, seriam praticamente dois milhões por dia".

Comparações

Enquanto o Brasil ainda corre contra o tempo para vacinar a população, nos Estados Unidos já são mais de 101,8 milhões de americanos vacinados com pelo menos uma dose. Eles começaram a realizar atividades normais, como encontrar a família, jogar futebol, viajar, fazer planos para celebrar o casamento, jantar fora e ver amigos.

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