Psicóloga mostra que
Projeto Acolher pode ajudar no equilíbrio mental e na restauração do bem-estar
de quem é atendido nos serviços de saúde
Em uma área de 90 m2, pacientes atendidos na UBS
Maria do Café dispõem de um espaço para carregar as energias em contato com a
natureza: é o Projeto Acolher, idealizado pela psicóloga Letícia Fenato, uma
horta comunitária em que se encontram três tipos de alface, rúcula, rabanete,
salsinha e cebolinha, chuchu, couve, pimenta cambuci, manjericão, babosa,
hortelã, boldo e alecrim. Tudo plantado e cuidado por 10 usuários da Unidade
Básica de Saúde. O prefeito Junior da Femac visitou a horta da UBS Maria do
Café nesta terça-feira (27) e se disse entusiasmado com o projeto. “Vamos
estimular esse exemplo para as UBSs de maior porte em Apucarana”, anunciou.
A
psicóloga explica que a escolha do nome “Acolher” remete ao acolhimento dos
pacientes, mas também ao ato de se colher o que é plantado. Segundo ela, o
contato com a natureza pode ser muito regenerador. “Nós acreditamos que a ação
de plantar, de cuidar do que plantou, é muito terapêutica”, diz. “A ideia
surgiu da própria demanda que percebi no território do Jardim Ponta Grossa, de
fazer uma intervenção que saísse um pouco da ótica clínica.
Letícia
destaca que o resultado de dois meses de trabalho é muito recompensador. “As
pessoas ficam satisfeitas, vêm felizes para o encontro, trazem comidinhas para
dividir entre eles, estabelecem vínculos. Mesmo nos fins de semana eles vêm até
a horta para aguar e cuidar das plantas”, ressalta.
Momentos
de crise social e econômica como o que hoje se apresenta por causa da pandemia
de covid-19 podem trazer o agravamento de condições de sofrimento mental. A
solidão forçada do isolamento social é um fator que favorece o disparo de
condições mais sérias. “Nós queremos prevenir a eclosão de problemas graves, de
depressão ou ansiedade, por exemplo, e por isso estamos oferecendo esse espaço
de calma e integração, não só com as hortaliças, mas com as pessoas que frequentam
o espaço e acham aqui um momento de paz e contato consigo mesmo”, afirma a
secretária Municipal da Mulher, Denise Canesin. “E tudo isso com a proposta de
uma vida mais saudável e plena”, complementa.
Com ela
concorda a coordenadora das hortas comunitárias da Secretaria da Mulher e
Assuntos da Família, Maura Fernandes. Ela explica que a resposta ao projeto tem
sido a mais favorável possível. “Temos também a horta solidária, que funciona
no Espaço Empreender, com o envolvimento de famílias, que podem usar o que
plantam como alimento e vender a produção excedente em uma das feiras, diárias,
da economia solidária”, afirma. “As pessoas realmente se envolvem com o que
estão fazendo e tiram um momento para si mesmas.”
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