Movimento, que é o maior produtor de arroz orgânico
da América Latina, tem certificação de todos artigos que vende
Cooperativas
constituídas por famílias assentadas da Reforma Agrária no Rio Grande do Sul
lançaram, na última terça-feira (30), a marca de alimentos orgânicos ‘Terra
Livre Agroecológica’. O evento aconteceu durante a 18ª Abertura da Colheita do
Arroz Agroecológico, realizada de forma virtual pelo Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) devido à pandemia.
A
Terra Livre Agroecológica é uma iniciativa de quatro empresas sociais das
regiões Carbonífera, Costa Doce e Metropolitana de Porto Alegre: Cooperativa
dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), de Eldorado do
Sul; Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), de Nova
Santa Rita; Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de Tapes
(Coopat), de Tapes; e Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de
Charqueadas (Copac), de Charqueadas.
Conforme Nelson
Krupinsk, da direção e setor de comercialização da Cootap, a marca trabalha
somente com produtos orgânicos certificados, ou seja, cultivados sem o uso de
agrotóxicos, fertilizantes químicos e outros aditivos sintéticos. “Ela reafirma o nosso compromisso
com a agroecologia, com a sustentabilidade das famílias e
assentamentos”, ressalta.
A
Terra Livre Agroecológica oferece aos consumidores quatro opções de arroz:
agulhinha integral, agulhinha polido, agulhinha parboilizado e cateto integral.
Ainda possui a linha vegetal, que considera no beneficiamento a matéria-prima
disponível em cada estação do ano. Assim, produz sucos integrais de uva, amora,
laranja, laranja/bergamota; geleias de uva e amora; e extrato e molho de
tomate.
Sandra
Rodrigues, da coordenação do setor social e organizativo da Cootap, explica que
a qualidade orgânica é confirmada por empresas credenciadas junto ao Ministério
da Agricultura. No caso do arroz, esse processo é feito por auditoria pelo
Instituto Mercadológico de Orgânicos (IMO), o que permite às cooperativas
comercializarem seus produtos não apenas no Brasil, mas também nos Estados
Unidos e na Europa.
O
arroz ainda recebe, junto à linha vegetal, a certificação participativa, que é
realizada pela Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul
(Coceargs). “Nossos produtos são cultivados e processados com carinho e cuidado
em todas as etapas, preservando a saúde da terra, dos agricultores e dos consumidores”,
afirma Sandra.
A produção ocorre
em assentamentos de várias regiões do estado, localizados nos municípios de
Eldorado do Sul, Nova Santa Rita, Viamão, Encruzilhada do Sul, Manoel Viana,
Tapes, São Jerônimo, Santa Margarida do Sul, Canguçu, Guaíba, Charqueadas e
Vacaria. Além disso, há pequenos agricultores parceiros nos municípios de Ipê,
Casca, Aratiba, Erechim e Pareci Novo.
Segundo
Sandra, o objetivo das cooperativas do MST com os seus produtos é evidenciar os
valores da agroecologia e do cooperativismo, seguindo a estratégia da Reforma
Agrária Popular. “Isso compreende novas relações de gênero, a democratização da
terra e dos meios produtivos, o fortalecimento da soberania popular, a
organização de cadeias produtivas, a participação ativa das bases, a aliança
com organizações sociais e a luta política, com o objetivo construir um mundo
melhor para a humanidade.”
Construção coletiva
A
Terra Livre Agroecológica foi pensada pelas cooperativas junto à Malena Ki,
empresa de Porto Alegre que criou uma estratégia para a marca, envolvendo uma
nova identidade visual. Patrícia Campos, designer regenerativa, conta que o
principal desafio era mostrar a essência dos produtores, desmistificar e
ressaltar que o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.
Ela
destaca que o trabalho coletivo e as imersões no cotidiano dos agricultores
foram fundamentais para o desenvolvimento da marca. “No arrozal pudemos ver um
verde infinito que emendava com o azul do céu, mas que no fundo concentrava
muitas cores, pois o arroz depende dos quatro elementos para sobreviver, desde
a germinação da semente até a colheita: a terra, o ar (vento), o calor (sol e
fogo) e a água”. Todos esses elementos compõem, inclusive, as novas embalagens
do arroz.
Para onde vai a produção
Terra Livre Agroecológica oferece quatro opções de arroz, além da linha vegetal com produtos beneficiados de cada estação do ano / Thiago Giannichini
Os
produtos da Terra Livre Agroecológica são comercializados para escolas e
entidades através de iniciativas institucionais, como o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Também
abastecem feiras em diversos municípios gaúchos, especialmente em Porto Alegre
e região Metropolitana, e em outros estados.
Além
disso, estão à venda nas unidades do Armazém do Campo nas capitais e em mais de
150 lojas especializadas nos estados do RS, Santa Catarina, Paraná, São Paulo,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Distrito
Federal.
A
comercialização ainda ocorre para grupos de consumidores. Sandra relata que em
função da pandemia aumentaram os pedidos online de alimentos da Reforma
Agrária, incluindo os produtos da marca, que são entregues a domicílio.
Interessados podem adquiri-los no e-commerce terralivre.coop.br ou
pelo WhatsApp +55 51 9526-1947.
Quem
preferir pode comprar os produtos na sede da Cootap, em Eldorado do Sul
(Estrada da Arrozeira, 2500), e nas demais cooperativas que compõem a rede de
comercialização da Reforma Agrária: Cooperativa Terra Livre, Coopan Coopat,
Copac.
Fonte: Brasil de Fato com informações da assessoria de imprensa do MST
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