O
anúncio foi feito nesta tarde pelo diretor do instituto Dimas Covas
O
Instituto Butantan enviou hoje (23) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) o pedido para início dos testes em humanos da Butanvac, novo
imunizante que será produzido pelo instituto contra a covid-19. O anúncio foi
feito nesta tarde pelo diretor do instituto Dimas Covas, durante entrevista
coletiva à imprensa. Essa fase inicial de estudos busca avaliar a segurança da
vacina e sua capacidade de induzir uma resposta imunológica.
“Hoje submetemos o
protocolo de estudo clínico de fases 1 e 2 [da vacina]. É estudo que tem
duração prevista máxima de 20 semanas, mas a partir da 16ª semana poderemos já
ter os resultados de analise primária e, com isso, solicitar o uso emergencial pela
Anvisa. Submetemos hoje e aguardamos o parecer da Anvisa e esperamos que isso
ocorra dentro do mais curto prazo possível devido à urgência do momento ”,
falou Dimas Covas.
Para uma vacina poder ser utilizada na
população, ela passa por uma fase de estudos em laboratório, uma fase
pré-clínica de testes em animais e três etapas clínicas de testes em
voluntários humanos, que avaliam a produção de anticorpos, a sua segurança e a
sua eficácia.
Os testes da Butanvac, segundo Dimas
Covas, serão feitos em adultos. Os estudos deverão começar com 1,8 mil
voluntários. Já a fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir 9
mil pessoas. Nesses testes poderão fazer partes, inclusive, adultos já
vacinados ou que já tiveram covid-19. “É um estudo clínico de segurança e
imunogenicidade, comparativo. Então, ele não é um teste para incluir
voluntários comparando grupo de vacinados com o grupo placebo. Aqui já se tem
um padrão, que já foram determinados pelas demais vacinas. Então já se sabe o
que esperar de uma vacina”, explicou ele.
“Portanto, vamos avaliar uma nova vacina
de forma comparativa, sempre na perspectiva de que ela possa ser melhor. Você
tem marcadores imunológicos e padrões de segurança. Então, vamos iniciar uma
fase inicial de segurança, ou seja, se ela não traz nenhum tipo de efeito
adverso e, no segundo momento, a imunogenicidade, ou seja, vamos estudar as
pessoas que vão receber e qual a resposta imunológica que essas pessoas
desenvolvem e comparar isso com a resposta de outras vacinas já descritas. Com
isso poderemos inferir a eficiência da vacina. Se ela for superior a esses
parâmetros analisados, evoluímos e poderemos pedir o uso emergencial”, falou
Covas.
A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus
da Doença de Newcastle geneticamente modificado. O vetor viral contém a proteína Spike do
coronavírus de forma íntegra. O desenvolvimento complementar da vacina será
todo feito com tecnologia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus,
condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação,
purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.
A Doença de Newcastle é uma infecção que
afeta aves e, por isso, segundo o Butantan, o vírus se desenvolve bem em ovos
embrionados, permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utilizado
na vacina de Influenza do Butantan. O vírus da doença de Newcastle não causa
sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na
produção. Ele é inativado para a formulação da vacina, facilitando sua
estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro.
A Agencia Brasil entrou em contato com a
Anvisa e aguarda confirmação do recebimento completo da documentação.
Fonte:
Noticias ao Minuto
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