sexta-feira, 30 de abril de 2021

Após declarações elitistas, Guedes diz que querem transformá-lo em um "monstro"

 Após ser criticado pelas declarações preconceituosas contra o ingresso de estudantes pobres nas instituições de ensino superior, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o episódio foi uma "sucessão de interpretações erradas". "Daqui a pouco querem me tornar um monstro”, completou

Paulo Guedes (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 - Após ser duramente criticado pelas declarações preconceituosas contra o ingresso de estudantes pobres nas instituições de ensino superior e de levantar suspeitas sobre desvios de finalidade do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o ministro da Economia, Paulo Guedes , disse que suas declarações foram descontextualizadas e que querem transformá-lo em um “monstro”. 

“Era uma reunião que deveria ter sido privada e nessas ocasiões é claro que às vezes há uma simplificação do que é dito. Mas, mesmo assim, quem ouvir com cuidado sabe que não há preconceito nem nada. Só um desejo de explicar a conjuntura e ajudar o Brasil a entender o que se passa para ficar mais desenvolvido. Mas as pessoas não entendem. É uma sucessão de interpretações erradas. Daqui a pouco querem me tornar um monstro”, disse Guedes ao site Poder360


As declarações de Paulo Guedes foram feitas na última terça-feira (27), durante uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar. Na ocasião, o ministro disse que o porteiro do prédio onde mora teria afirmado que um dos filhos teria ingressado na faculdade por meio do Fies, apesar de ter tirado zero na nota no Enem. Ele também atacou a China, maior parceiro comercial do Brasil, ao afirmar que o chinês inventou o vírus”, mas que a vacina desenvolvida pelo país asiático é menos efetiva que a dos americanos, além de criticar o aumento da expectativa de vida da população. 

Eu estava dando um exemplo sobre como a presença do ensino privado cresceu no país, porque isso é inevitável. Mas que junto com isso às vezes vêm desvios e instituições caça-níqueis que apenas querem o dinheiro do Fies e têm pouco interesse em instruir as pessoas. Aí pegam essa minha declaração, de uma reunião privada que eu nem sabia que estava sendo gravada, e querem sugerir que há preconceito. Não há. Claro que não”, justificou.

“Às vezes eu penso se vale a pena fazer o que estou fazendo. Eu estou aqui para ajudar o Brasil. Mas é muito difícil. Quando falei que as pessoas querem viver mais, até 100 anos, foi outro exemplo sobre o avanço da tecnologia e a dificuldade apenas para o setor estatal conseguir dar conta da demanda”, disse Guedes em outro trecho da entrevista.

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