O número de mortos
por covid-19 pode chegar a 4 mil por dia até o fim de abril. A previsão é da
Rede Análise Covid - que reúne especialistas de diferentes áreas para
interpretar os dados oficiais sobre a pandemia.
A
análise coincide com avaliação da Fiocruz. Em boletim extraordinário, a
instituição afirmou que o Brasil vive "o maior colapso sanitário e
hospitalar da história". Para reduzir o impacto da tragédia, dizem
especialistas, medidas severas de restrição de circulação devem ser adotadas imediatamente.
Pela primeira vez
desde o início da epidemia no País, os números de novos casos e mortes pela
covid crescem exponencialmente em todos os Estados. Esse é um indicador
importante de que a doença está fora de controle, segundo o coordenador da Rede
Análise Covid, o cientista Isaac Scharstzhaup.
"Como
a doença veio de fora, ela chegou de avião, inicialmente às principais
capitais, e logo começou a se espalhar de cidade em cidade. Na metade do ano
passado, muitas capitais estavam sofrendo, mas muitas cidades do interior não
tinham sequer um caso da doença; a distribuição dos casos era muito
díspar", explicou Scharstzhaup. "Agora, desde a virada do ano, a
tendência de aumento é geral; o que muda de um Estado para o outro é apenas a
velocidade de transmissão." Segundo ele, só a adoção de medidas severas de
restrição de mobilidade por todo o País, de forma coordenada, pode deter a
pandemia; ações pontuais são inócuas.
"Não
adianta fazer lockdown de fim de semana, de sete dias", explicou. "O
ciclo de contágio do vírus é de 14 dias. Por isso nunca chegamos a zerar o
número de casos, como a Europa conseguiu na primeira onda", afirmou.
"Quando as restrições não são feitas corretamente, temos uma estabilização
em patamar alto. O Brasil teria de fazer uma restrição forte e não ceder,
esperar a real desaceleração."
Fonte: Bem Paraná com informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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