Em nota
publicada após Sergio Moro ser considerado parcial no julgamento de Lula, a
defesa do ex-presidente afirmou que a decisão do STF “é histórica e revigorante
para o Estado de Direito”, mas que “os danos causados são irreparáveis”
247 - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva classificou como "histórica" a decisão da Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou a parcialidade do ex-juiz
Sérgio Moro na condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá.
"Sempre
apontamos e provamos que Moro jamais atuou como juiz, mas sim como um
adversário pessoal e político do ex-presidente Lula, tal como foi reconhecido
majoritariamente pelos eminentes Ministros da 2ª. Turma do Supremo Tribunal
Federal", afirma em nota o advogado Cristiano Zanin Martins e a advogada
Valeska Martins.
"Esperamos
que o julgamento realizado hoje pela Suprema Corte sirva de guia para que todo
e qualquer cidadão tenha direito a um julgamento justo, imparcial e
independente, tal como é assegurado pela Constituição da República e pelos
Tratados Internacionais que o Brasil subscreveu e se obrigou a cumprir",
afirmam.
Durante o
julgamento na 2ª Turma, o ministro Gilmar Mendes
fez uma declaração emocionada em homenagem à atuação da defesa de Lula para
provar a suspeição de Sérgio Moro.
Leia a
nota na íntegra:
NOTA
DA DEFESA DO EX-PRESIDENTE LULA
É
histórica e revigorante para o Estado de Direito e para o devido processo legal
a decisão proferida hoje pela 2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal, concedendo
a ordem de habeas corpus que pleiteamos em favor do ex-presidente Lula em
05/11/2018 perante aquela Corte para reconhecer a suspeição do ex-juiz Sergio
Moro (HC 164.493).
A quebra da
imparcialidade pelo ex-juiz, tal como a incompetência da Justiça Federal de Curitiba,
reconhecida por outra histórica decisão proferida em 08.03.2021 pelo Ministro
Edson Fachin, sempre foi por nós sustentada, desde a primeira manifestação
apresentada no processo, no longínquo ano de 2016. Em outras palavras, sempre
apontamos e provamos que Moro jamais atuou como juiz, mas sim como um
adversário pessoal e político do ex-presidente Lula, tal como foi reconhecido
majoritariamente pelos eminentes Ministros da 2ª. Turma do Supremo Tribunal
Federal.
Para
percorrer essa trajetória na defesa técnica do ex-presidente Lula sofremos toda
sorte de ilegalidades praticadas pela “lava jato”, algumas delas indicadas na
própria decisão que reconheceu a suspeição do ex-juiz, como o monitoramento
ilegal dos nossos ramais para que os membros da “operação” pudessem acompanhar
em tempo real a estratégia de defesa.
Da
mesma forma, o ex-presidente Lula, nosso constituinte, foi alvejado por
inúmeras ilegalidades praticadas pelo ex-juiz Sergio Moro, em clara prática de
lawfare, ou seja, por meio do uso estratégico das leis para fins ilegítimos. Os
danos causados a Lula são irreparáveis, envolveram uma prisão ilegal de 580
dias, e tiveram repercussão relevante inclusive no processo democrático do
país.
A decisão
proferida hoje fortalece o Sistema de Justiça e a importância do devido
processo legal. Esperamos que o julgamento realizado hoje pela Suprema Corte
sirva de guia para que todo e qualquer cidadão tenha direito a um julgamento
justo, imparcial e independente, tal como é assegurado pela Constituição da República
e pelos Tratados Internacionais que o Brasil subscreveu e se obrigou a cumprir.
Cristiano Zanin
Martins e Valeska T. Z. Martins, advogados do
ex-presidente Lula
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