"Tanto
o ex-juiz Sergio Moro como os procuradores da 'força-tarefa' tinham prévia
ciência de que os atos ilegais por eles praticados não seriam revertidos pelo
tribunal local, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região", afirma a defesa
do ex-presidente em petição ao STF
Conjur - Mensagens em grupo de procuradores que
atuavam na “lava jato” no Paraná indicam que o ex-juiz Sergio Moro articulou
medidas favoráveis à operação com o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR,
SC e RS), segundo a defesa do ex-presidente Lula
As mensagens
constam de petição apresentada pelos advogados do petista, nesta segunda-feira
(15/3), ao Supremo Tribunal Federal. O diálogo faz parte do material apreendido
pela Polícia Federal no curso de investigação contra hackers responsáveis por
invadir celulares de autoridades.
Em 17
de abril de 2017, o procurador Júlio Noronha enviou, no grupo de mensagens,
notícia sobre a decisão pela
qual Sergio Moro obrigou Lula a acompanhar presencialmente os depoimentos das
87 testemunhas que sua defesa havia indicado.
"Divertido!!!",
comentou a procuradora Laura Tessler. Mas o procurador Orlando Martello
demonstrou preocupação: "Vai dar merda! Ou as testemunhas são ou não são
pertinentes. Se deferiu é pq são. Logo, não é legal exigir q o réu acompanhe
todas pessoalmente". "Com certeza! Não tem previsão legal nenhuma...
Mas não dá pra negar que moro é criativo, hahahah", respondeu Laura.
O líder
dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol, não ficou preocupado com a
decisão de Moro. "Não acho que vai dar merda. Qualquer desembargador ou
ministor vai entender isso rs".
"A
Russia já teve ter conversado com a sua Russia", apostou o procurador
Roberson Pozzobon. Dallagnol então informou: "Kremelin a par rs".
Sergio Moro era chamado de “Russo” pelos integrantes do Ministério Público
Federal, e Kremlin é a sede do governo federal em Moscou, na Rússia.
De acordo com a
defesa de Lula, esse trecho indica que Moro articulava medidas favoráveis à
"lava jato" com o TRF-4. "Outrossim, os novos diálogos também
reforçam que tanto o ex-juiz Sergio Moro como os procuradores da 'força-tarefa'
tinham prévia ciência de que os atos ilegais por eles praticados não seriam
revertidos pelo tribunal local, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
porque tudo era antes 'conversado' entre a 'Russia' e a 'sua Russia'".
O
perito Claudio Wagner, contratado pela defesa de Lula para analisar as
conversas no Telegram, afirmou que "existe também, mensagem sugerindo que
o TRF-4 era referenciado com o codinome Kremelin, e o relator dos processos da
lava jato naquele tribunal [desembargador federal João Pedro Gebran Neto] como
sendo a Russia do Russo ('a sua Russia')".
Laura
Tessler manifestou dúvida sobre a manutenção da decisão de Moro. "Não sei
não...mas Stj é STF não vão concordar". "Pq? Pq na sibéria não tem
nada disso!!!", respondeu Pozzobon.
Porém, a ordem do
então juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba foi revertida pelo
TRF-4, em decisão monocrática do juiz convocado Nival Brunoni — que não
integrava a 8ª Turma da corte, responsável por julgar os recursos da "lava
jato".
O
ex-presidente Lula é defendido por Cristiano
Zanin, Valeska Martins, Eliakin Tatsuo e Maria de Lourdes Lopes.
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