Em nota
dura, Lula criticou ofensiva da Folha contra ele: "O jornal Folha de
S.Paulo, talvez inconformado com a recuperação dos direitos políticos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe ontem, na sua edição de
domingo, em mais de uma matéria, absurdos jurídicos e de prática jornalística
contra o ex-presidente”
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
que a reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo neste domingo (21), intitulada “Empresários
querem Terceira via para vencer Bolsonaro ou Lula em 2022” mostra que o jornal
da Família Frias está “inconformado” com a sua elegibilidade, alé, de absurdos
jurídicos e de prática jornalística contra o ex-presidente”.
“O jornal Folha de
S. Paulo, talvez inconformado com a recuperação dos direitos políticos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe ontem, na sua edição de
domingo, em mais de uma matéria, absurdos jurídicos e de prática jornalística
contra o ex-presidente”, destacou Lula em nota enviada pela sua
assessoria.
“O
jornal Folha de S. Paulo recicla suspeitas de 5 anos atrás contra o
ex-presidente, em uma prática de levantamento de acusações difusas e fúteis
típicas do Lawfare”, ressalta um outro trecho da nota.
Leia a íntegra da
resposta do ex-presidente Lula:
O
jornal Folha de S. Paulo, talvez inconformado com a recuperação dos direitos
políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe ontem, na sua
edição de domingo, em mais de uma matéria, absurdos jurídicos e de prática
jornalística contra o ex-presidente.
Importante
ressaltar que o jornal, apesar de dizer adotar a prática do “outro lado”, em
nenhum dos casos mencionados abaixo consultou a assessoria de imprensa e/ou a
defesa do ex-presidente, que pode até não se pronunciar se quiser, mas deve ser
consultada, segundo o Manual de Redação do jornal.
Talvez não tenha
sido ouvida porque não foi uma vez nas últimas semanas que, quando consultada,
a resposta fez a pauta da Folha de S. Paulo simplesmente “sumir” porque
revelou-se sem qualquer base factual. O que é bem melhor para todos, em
especial para os leitores do jornal, do que publicarem bobagens.
Lula não tem condenações, logo é inocente
Na
matéria “Empresários querem Terceira via para vencer Bolsonaro ou Lula em
2022”, o jornal diz que Lula teria recuperado os direitos políticos mas não
“provou a inocência nos casos de corrupção denunciados pela Lava Jato”. A
afirmação da Folha é incorreta factualmente e equivocada. No estado de direito
e de acordo com a Constituição brasileira, diferente da inquisição, cabe ao
estado provar a culpa. Apesar de Lula ter provado sua inocência após esforços
hercúleos em contrário de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (não era dono nem do
Sítio, nem do Tríplex, e foi condenado por “atos indeterminados”) quem tem o
ônus da prova até nos romances de Kafka é a acusação. E a denúncia feita pela
equipe de Deltan Dallagnol na Lava Jato era de que Lula teria, em troca de contratos
da Petrobrás, recebido vantagens indevidas. A decisão de anular o caso, por não
ter relação com a Petrobrás não só anula as condenações, fazendo de Lula
inocente, como qualquer pessoa contra a qual não pesa nenhuma condenação, mas
também invalida o coração das denúncias contra ele feitas pela Lava Jato de
Curitiba.
Das convicções às
suspeitas
O
jornal Folha de S. Paulo recicla suspeitas de 5 anos atrás contra o
ex-presidente, em uma prática de levantamento de acusações difusas e fúteis
típicas do Lawfare. O jornal inclusive ignora que essa tática de multiplicação
de acusações para manter a defesa sobrecarregada fazia parte, como revelam as
mensagens dos procuradores analisada pela defesa de Lula, de um “Plano do
Lula” elaborado por Deltan Dallagnol.
Nesse
pacote estão as 4 denúncias cujo recebimento pela 13º Vara Federal de Curitiba
foram anuladas pelo ministro Edson Fachin, e que no mínimo regrediram ao
estágio de ainda serem analisadas pelo juiz que vier a ser nomeados, não sendo
mais, portanto, processos.
Da
mesma forma as investigações da chamada “Mapa da Mina” , não foram nem
transformadas em denúncia nem analisadas por qualquer juiz, já que o próprio
foro para sua tramitação já mudou da Lava Jato de Curitiba para São Paulo e
agora se discute se deve tramitar no Rio de Janeiro.
O
jornal também inclui como “suspeita” casos onde o ex-presidente foi absolvido
de forma definitiva, como as acusações contra o irmão de Lula, Frei Chico, e
seu filho, Luis Cláudio, no caso da empresa Touchdown. Não há suspeita nesses
casos. O ex-presidente foi absolvido na justiça de acusações sem fundamento.
Como aliás tem sido absolvido em todos os caso que tramitaram fora da 13º Vara
Federal de Curitiba.
É
importante notar que Folha teve, há muito tempo, acesso ao material das
mensagens dos procuradores. O jornal deixou de noticiar muito do que havia
naquele material, mas segue publicizando, de forma acrítica, acusações sem base
legal contra o ex-presidente.
O
jornal tem o pleno direito de expressar suas opiniões e inconformismos em
editoriais e colunas dos seus colaboradores. Mas seria desejável que na
reportagem se ativesse aos fatos e aos procedimentos preconizados no seu
próprio Manual de Redação.
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