Líder do
PSD, um dos maiores partidos políticos do Brasil, Gilberto Kassab diz que
poderá apoiar a volta do ex-presidente ao poder e afirma que não acredita em
"candidatura de proveta" da direita neoliberal
247 – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que
é um dos políticos mais experientes do País e que comanda um dos maiores
partidos de centro da cena política nacional, já vê uma eleição polarizada
entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, em 2022.
"A novidade em relação ao cenário é a consolidação com clareza da esquerda
no Brasil, com a liderança do Lula. E em confronto com a direita, tendo como
líder Bolsonaro. Então, o Brasil volta a ter uma direita com cara, discurso e
líder. E uma esquerda com cara, discurso e líder", disse ele, em entrevista ao jornalista Marcelo de Moraes, publicada
no Estado de S. Paulo.
Kassab lembrou que
Lula soube no passado construir alianças ao centro e deixou a porta aberta para
uma negociação. "O ex-presidente Lula é uma figura de peso na política
brasileira. Mas, como em qualquer país do mundo, uma ideologia de esquerda
sempre tem uma rejeição maior do que a de centro. Em outros momentos, Lula teve
a habilidade de construir alianças que levaram sua proposta um pouco para o
centro. Ele, ao longo da vida, sempre teve muita habilidade. Vamos aguardar os
próximos acontecimentos", afirmou.
Sobre
os projetos da direita neoliberal, que tenta construir candidaturas artificiais
em torno de nomes como Henrique Mandetta, Luciano Huck ou Ciro Gomes, Kassab
foi cético. "Eu não acredito em candidatura de proveta. A candidatura da
direita, do Bolsonaro, é natural. Ele é o candidato da direita. A candidatura
do Lula é natural na esquerda. Os partidos que têm mais afinidade com o centro,
cada um vai procurar o seu caminho. Naturalmente, podem se entender ou não.
Caso não se entendam no primeiro turno, se entenderão no segundo. Eu acredito
muito que cada partido tem de ter o seu caminho. É evidente que, se puder estar
junto no primeiro turno, pode até ser positivo. Mas estar juntos
artificialmente não leva a lugar nenhum", afirmou.
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