Os
principais jornalistas da mídia conservadora encarregados de serem os
porta-vozes da elite brasileira, escreveram em consenso nesta quinta-feira: o
empresariado e os banqueiros não aguentam mais Bolsonaro
247 - Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, ameaça Bolsonaro e desde esta quarta acena com CPI e
impeachment, os principais jornalistas de direita do país, vinculados aos
proprietários da mídia conservadora e à elite econômica e financeira,
apresentaram nesta quinta-feira (25) uma análise consensual: a Faria Lima não
quer mais saber de Jair. É quase este o título do artigo de uma das mais
prestigiadas analistas conservadoras atualmente, Malu Gaspar, de O Globo:
"A Faria Lima desiste de Bolsonaro".
Há quase uma
sincronia nas análises de alguns dos mais destacados colunistas representantes
da direita e que apoiaram o golpe contra Dilma Roussef em 2015-16 e, em maior
ou menor grau, a eleição de Jair Bolsonaro. São todos interlocutores
habituais dos banqueiros e grandes empresários.
O mais
contundente deles foi William Waack: “Do agro aos 'Faria Limers',
elite econômica se divorcia do presidente”. Waack foi um dos mais importantes
jornalistas da Globo, demitido depois de vazar um áudio seu de conteúdo
racista. Hoje é âncora na CNN e colunista de O Estado de S.Paulo. Na abertura
de seu artigo com bastidores do universo empresarial, escreveu nesta quinta:
“‘Essa barca já foi’, diz empresário de peso, engajado em política, sobre o
apoio de colegas ao presidente Jair Bolsonaro. Uma parte relevante da elite
industrial, do setor financeiro, serviços e até varejo considera inútil esperar
mudanças de conduta de Bolsonaro em relação ao combate à pandemia e à economia.
Essa postura ficou escancarada com a adesão desses setores, com destaque para o
financeiro, a um manifesto político batizado de ‘carta dos economistas’”.A
“carta dos economistas”, documento assinado por algumas
centenas de economistas liberais, empresários e banqueiros, foi o tema da
colunista Malu Gaspar, contratada por O Globo exatamente para auscultar a elite
econômica do país. Ela escreveu no artigo "A Faria
Lima desiste de Bolsonaro" que “depois de meses de hesitação, a elite
econômica brasileira resolveu confrontar de forma aberta o presidente da
República. Embora entre os 200 signatários originais do documento estejam
muitos críticos históricos a Bolsonaro e ao governo, integram também a lista
banqueiros e figuras conhecidas no mercado financeiro por terem sido simpáticos
a Bolsonaro ou dado aval tácito a suas políticas no passado”. Outra
jornalista que tem, há décadas, a missão de ser intérprete do pensamento e
planos das elites, Miriam Leitão, que tem atacado Jair Bolsonaro com ênfase
cada vez maior, escreveu hoje sob o título “O
presidente busca um álibi”: “Trezentos mil mortos são uma derrota coletiva tão
avassaladora que o país não sabe mais medir, não tem palavras para qualificar.
Existe apenas esse luto sobre nós, dia após dia. O que o presidente Bolsonaro
fez ontem foi pouco, tarde e enganoso. Ele busca um álibi.”Finalmente, um
porta-voz oficioso da família Marinho, o jornalista Merval Pereira decretou, no artigo “O piloto sumiu”: “As
lideranças políticas do país, refletindo o pensamento de setores empresariais,
da classe média desiludida, da maioria não negacionista emparedada pelo medo da
pandemia sem ser maricas, tomaram as rédeas da situação, assumindo seu papel de
representantes dos cidadãos. Assumiram o posto do piloto, que sumiu na
tempestade”.
Inscreva-se no canal de cortes do 247 e assista a um vídeo em que o ex-ministro Celso Amorim afirma que uma parte do mercado pode aderir a Lula:
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