quarta-feira, 17 de março de 2021

Dono do Magazine Luiza diz que só vacina e isolamento curam a economia e se diz pessimista com o Brasil

 

"Só o que funciona são isolamento social e vacina, por mais que se proteste", diz Frederico Trajano, presidente e um dos grandes acionistas da rede de varejo

Frederico Trajando defende contratação só de negros (Foto: Divulgação)

247 – O empresário Frederico Trajano, dono e presidente do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do Brasil, diz que o governo Bolsonaro cometeu erros graves na gestão da pandemia, afirma estar pessimista e também aponta o óbvio: só vacina e isolamento curam a economia.

"Hoje o Brasil não decola por uma incompetência no controle da pandemia. O País não é o único com dificuldade de controlar a crise sanitária, mas, na minha opinião, está sendo um dos piores. A gente se planejou muito mal para a vacina, o nosso sistema de saúde está sobrecarregado. Poderíamos estar numa posição muito melhor. O erro na questão sanitária foi grave. Sem o controle da pandemia é impossível recuperar a economia", disse ele, em entrevista à jornalista Márcia de Chiara, do Estado de S. Paulo.

Na conversa, ele deixou claro que apoia a agenda neoliberal do atual governo, que vem sendo implantada desde o golpe de 2016. "Se voltássemos quatro anos e disséssemos para um brasileiro que a reforma trabalhista e previdenciária seriam feitas, que o Banco Central teria autonomia, que teríamos o marco do saneamento, teto de gastos, marco civil da internet, open banking, Pix e os juros mais baixos da história, ele duvidaria. As pessoas iriam achar uma agenda impossível. Evoluímos significativamente nesses quatro anos. Do ponto de vista de reformas estruturais, o grosso já foi feito. Na prática, o que está faltando fazer são duas reformas importantes, a administrativa e a tributária", aponta.

O executivo, que é filho de Luiza Trajano, diz estar pessimista com a vacinação. "A vacina é a única solução. Estou pessimista com o cronograma de vacinação. A gente deveria ter se preparado, entrado na fila e apostado no maior número de vacinas, não apenas em duas. Isso gera um risco muito grande: se alguém não entrega, vai ter ruptura. É muito difícil reverter essa situação no curtíssimo prazo. As medidas de restrição, os lockdowns, devem perdurar por muito mais tempo do que a gente imaginava no início do ano. Ao longo do ano todo, imagino que vamos ter situações de abre/fecha da economia até se ter uma parcela significativa da população imunizada", disse ele, que preferiu não comentar o eventual ingresso de Luiza na política.

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