sábado, 6 de março de 2021

Dallagnol discutiu com diretor de ONG criação de cláusula anti-Bolsonaro em ranking de candidatos para 2018

 

Procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, discutiu a criação de uma “cláusula anti-Bolsonaro" com o diretor da ONG Transparência internacional, Bruno Brandão

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 -  Um novo trecho dos diálogos hackeados apreendidos na operação "spoofing" mostram o procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, debatendo a criação de uma “cláusula anti-Bolsonaro" com o diretor da ONG Transparência internacional, Bruno Brandão. 

De acordo com reportagem da CNN Brasil, a conversa aconteceu no dia 24 de junho de 2018 em um chat intitulado “A Vingança”. Na ocasião, Dallagnol teria questionado Brandão sobre quando a ONG lançaria um “ranking” dos candidatos fichas limpa que iriam disputar as eleições.  O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Michael Mohallem também participou da conversa.  

Nos diálogos, o grupo discutiu a necessidade de criar, além de um ranking com os candidatos com problemas na Justiça, uma lista com dados dos postulantes compromissados com a democracia. Este ponto foi batizado de “anti-Bolsonaro”.

“Qual seria essa cláusula democrática mesmo?”, questionou Michael Mohallem. Brandão respondeu que seria “aquela ideia de ter algum dispositivo anti-bolsonaro. Pra que o filtro do passado limpo não sirva de plataforma pra esses maníacos com ficha limpa, mas discurso de ódio”.

Mohallem ponderou que “Talvez seja boa ideia abandonar esses dois filtros mais subjetivos. Deixaríamos apenas os mensuráveis. Como os processos, condenações e investigações. Já seria um enorme serviço de interesse público”. Brandão disse que “talvez, considerando que a “cláusula democrática” seria de toda forma algo complexo de operacionalizar, poderíamos fase um disclaimer inicial sobre isso, bem claro, visível e direto, do tipo: não basta ter passado limpo, considere quais são as propostas do seu candidato e seu compromisso com a democracia, etc. Agora, a cláusula do compromisso com o pacote é mais complexa, porque o espírito do projeto desde o início era conquistar algum tipo de compromisso dos candidatos à essa agenda e atrelar isso à renovação política de qualidade (que queremos contribuir com informação crível e acessível sobre as fichas pregressas)”.

Cerca de duas horas depois, Deltan Dallagnol teria se manifestado sobre o assunto: “Então, o site faz diagnóstico de quem tem passado limpo e de quem está comprometido com que propostas legislativas. Os compromissos e o limiar de apoio mínimo e propostas centrados podem ficar para uma espécie de análise externa pela TI e parceiras”, teria escrito o procurador, segundo a reportagem. 

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