Cuba
anunciou o início do desenvolvimento da quinta vacina contra a covid-19, a
Soberana 01A. Imunizante busca diminuir os riscos de reinfecção
Michele de Mello, Brasil de Fato - Cuba anunciou, nesta quarta -feira (3), o início do
desenvolvimento da quinta vacina contra a covid-19, a Soberana 01A. A nova
fórmula busca diminuir os riscos de novo contágio em pacientes que já foram
infectados com a doença.
O país também
possui outros quatro imunizantes em distintas fases: a Soberana 01, já na etapa
II de teses; a Soberana 02, a candidata vacinal mais avançada, com 150 mil
doses produzidas; a Abdala, que iniciará a fase III de provas, na capital
Havana e em Santiago, com aplicação em 42 mil voluntários, a partir da próxima
semana; e a Mambisa, ainda na primeira fase de testes clínicos, que seria o
primeiro medicamento contra a covid-19 com aplicação nasal.
A
Soberana 02 tem duas combinações distintas que estão sendo testadas, ambas baseadas
na proteína RBD (receptor-binding domain, da tradução em português domínio de
união ao receptor), aliada a um toxoide tetânico. Os cientistas cubanos usaram
uma vacina desenvolvida em 2004 contra o vírus Influenza como base para criar o
novo fármaco.
"Em cada um
dos passos estamos cumprindo com todas a regulamentação nacional e
internacional, com o rigor científico necessário", afirmou a diretora do
Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos
(Cecmed), Olga Lidia Jacobo.
O
governo cubano promete produzir 100 milhões de doses até o final do ano para
imunizar toda a população local e os turistas que visitem a ilha. Cuba também
anunciou a criação de um banco de vacinas, junto à Venezuela, para os países da
Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP).
Apesar
do bloqueio econômico, imposto pelos Estados Unidos, que gerou um prejuízo
estimado em US$ 114,4 bilhões em quase seis décadas, a biomedicina cubana foi
capaz de desenvolver cinco candidatos de imunizantes, tornando-se o primeiro
país da América Latina em ter uma vacina própria contra o novo coronavírus.
Além dos
imunizantes, Cuba também desenvolveu o Interferon Alfa 2B, remédio com eficácia
de até 80% no tratamento de pacientes em estado moderado da doença e agora
lança seus respiradores próprios para atender casos graves.
São
cinco modelos de respiradores, criados com impressoras 3D, pela equipe do Grupo
de Indústria, Eletrônica, Informática, Automatização e Comunicações de Cuba
(Gelect).
Os
protótipos começaram a ser produzidos em maio do ano passado e agora estão
prontos para ser analisados pelo Centro de Controle (Cecmed), que deve dar o
aval para o uso em pacientes em estado avançado da infecção causada pelo vírus
sars-cov2.
Segundo a equipe,
somente os sensores e o motor dos respiradores são importados, o restante foi
fabricado por profissionais cubanos.
Depois
de quase um ano do caso zero, Cuba registra 51.587 contaminados com covid-19,
sendo que quase 47 mil já se recuperaram da doença e 328 faleceram.
De acordo com o Ministério de Saúde Pública da ilha, entre os 4277 casos ativos, apenas 35 estão em estado grave.
"Estamos cada
vez mais perto do momento em que podemos iniciar a vacinação massiva da
população com segurança", assegurou o presidente Miguel Díaz Canel durante
uma reunião de trabalho com os cientistas responsáveis pelas investigações.
O chefe
de Estado ressaltou que o desenvolvimento de uma vacina própria faz parte do
esforço cubano para garantir sua soberania nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário