O governo
Bolsonaro vive uma fase crítica. O auxílio emergencial de valor pífio, o êxito
de Lula em seu retorno ao lugar principal da luta política e a péssima gestão
governamental da pandemia ameaçam a reeleição do presidente
247 - No Congresso Nacional é corrente a opinião,
em todas as bancadas, de que a péssima gestão da pandemia, em que ressalta o
comportamento negacionista de Bolsonaro, o auxílio emergencial pífio deixando
na miséria milhões de pessoas e a volta do ex-presidente Lula ao posto
principal da luta política,inclusive com protagonismo internacional, criam uma
situação de esfacelamento do apoio político e parlamentar do governo. Bolsonaro
e seus aliados sentem a sua reeleição ameaçada.
A rejeição da
atuação de Bolsonaro frente à pandemia atingiu índices recordes. De acordo com
pesquisa Datafolha, 54% da população considera a liderança do governo na
pandemia ruim ou péssima, sondagem realizada no auge da turbulência provocada
pelas mudanças na Saúde.
O
centrão ficou irritado com os atropelos praticados por Bolsonaro no processo de
escolha do novo ministro da Saúde, destaca reportagem da Folha de S.Paulo
publicada neste domingo (21). No Congresso, espalha-se o mal- estar com a não
aceitação para o Ministério da Saúde de um nome indicado pelos parlamentares,
inclusive o presidente da Câmara, Arthur Lira.
A condução cada
vez mais falha no enfrentamento à pandemia está a olhos vistos, no aumento do
número de casos e de óbitos. E o mal-estar nos meios políticos se agravou ainda
mais com a morte do senador Major Olimpio (PSL-SP). A morte do senador foi
considerada representativa do momento atual, levando os senadores a aumentarem
a pressão pela instalação da CPI da Covid, que o governo achou que seria
enterrada com a troca de ministros.
O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já tem em mãos um requerimento
com o número de assinaturas para instalar a CPI.
A atitude de
confronto de Bolsonaro contra governadores que têm procurado agir no sentido de
minorar os efeitos da crise sanitária em seus estados deteriora ainda mais o
ambiente político. Bolsonaro entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal)
contra governadores que promovem medidas de controle da pandemia.
A
avaliação corrente no Congresso é que vai aumentar a pressão para a instalação
da CPI.
O valor
do auxílio emergencial, insuficiente para a população mais pobre suprir suas
necessidades mínimas amplia o desgaste político e o mal-estar em toda a
sociedade. É grande o risco de Bolsonaro perder apoio político.
Para completar o quadro desfavorável ao Planalto, a volta de Lula ao cenário político, com popularidade, capacidade de articulação com diferentes setores políticos e protagonismo internacional, cria uma nova correlação de forças mais favorável à oposição.
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