Morrem,
por dia, 1.525 brasileiros vítimas do coronavírus. A covid-19 segue um
movimento de escalada no Brasil desde novembro. Entretanto, pouco se fez para
conter o vírus
Rede Brasil Atual - O Brasil registrou nesta segunda-feira (8) a
maior média diária de mortes por covid-19 desde o início da pandemia, em março
de 2020.
Em cada um dos
últimos sete dias, morreram, em média 1.525 brasileiros vítimas do coronavírus,
maior média móvel de óbitos já atingida pelo país.Os números foram divulgados
pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Nas
últimas 24 horas foram registradas 987 mortes, de acordo com as secretarias
estaduais. Embora elevado, o balanço às segundas-feiras tende a ser inferior à
realidade, já que existe um número reduzido de profissionais ativos aos
domingos da área Saúde, incluindo laboratoria
Desde o início do
surto, morreram 266.398 brasileiros, sem contar a subnotificação, já que o
Brasil testa pouco seus cidadãos.
Em
relação ao número de novos casos confirmados, foram 32.321 nesta segunda-feira.
Os dados dos estados apontam para 11.051.665 brasileiros que já adoeceram pela
covid-19. A média móvel de novos contaminados também está no patamar mais alto
do histórico da pandemia, com 66.381 doentes por dia.
Dias difíceis
A covid-19 segue
um movimento de escalada no Brasil desde novembro. Entretanto, pouco se fez
para conter o vírus naquele momento. Agora, o país vê o sistema de Saúde
nacional à beira do colapso. Alguns estados já entraram em situação de falta de
leitos e estrutura para o atendimento dos doentes. Entre eles, o Rio Grande do
Sul, Santa Catarina Paraná, Acre, Roraima e Amazonas. Em São Paulo, com 80% dos
leitos ocupados, o governo também teme o pior.
O
Brasil é o segundo país com mais mortos pelo vírus no mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos. Entretanto, os norte-americanos, assim como a média global, vêm
reduzindo a mortalidade e os novos casos desde o início do ano. Na contramão, o
Brasil se tornou, no fim de fevereiro, o epicentro da pandemia.
Contribuíram
para o cenário as aglomerações de fim de ano, o Carnaval e a falta de ações
preventivas, como o isolamento social. O agravamento na pandemia em março era
esperado e denunciado pelos cientistas. Também assumiu um papel fundamental de
“sócio do vírus” o presidente Jair Bolsonaro. O político desde o início da
pandemia incentiva aglomerações, impede o acesso às vacinas, divulga mentiras
sobre os fármacos e sobre máscaras.
Como resultado a vacinação não caminha na velocidade
necessária para a superação da crise no Brasil. Ao contrário, o país passa a
ser um risco ao mundo; um pequeno grupo de vacinados em contato com uma
disseminação ampla do vírus pode resultar em mutações da covid-19 resistentes
aos medicamentos. É o que teme a Organização Mundial da Saúde. Até o momento o
país administrou 10,8 milhões de doses, ou 1,26% da população imunizada e 3,83%
tendo tomado a primeira dose.
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