Depois de ser a sexta maior economia do mundo no governo do
ex-presidente Lula, o Brasil caiu para a décima segunda posição com Jair
Bolsonaro. Além do desastre econômico, a disparada do dólar contribui para o
declínio brasileiro
Rede Brasil Atual - O Brasil deixou o ranking das 10 maiores economias
do mundo e caiu para a 12ª colocação, de acordo com levantamento da agência de
classificação de risco Austin Rating, nesta quarta-feira (3). O rebaixamento é
motivado pelo tombo do Produto Interno Bruto (PIB), de 4,1% – a maior queda na série histórica do IBGE,
iniciada em 1996.
Em
2019, antes mesmo da pandemia, o governo de Jair Bolsonaro já havia deixado o
Brasil na 9ª posição. De acordo com o ranking, o Brasil foi superado em 2020
por Canadá, Coreia do Sul e Rússia.
O governo
Bolsonaro já havia apresentado o chamado “pibinho” no primeiro
ano, com resultado revisado de 1,4%. Com uma economia que nunca deslanchou,
quadro agravado pela pandemia, veio a retração de 2020. Cujo resultado o
ministro Paulo Guedes também errou: ontem, ele declarou em entrevista acreditar
que o PIB cairia menos de 4%. Para este ano, ele já prevê alta de 3% a 3,5%.
Diante
da falta de uma política econômica eficaz, principalmente durante a crise
sanitária, o governo Bolsonaro também tem contribuído para a desvalorização da
moeda brasileira. Nesta quarta, a libra, moeda do Reino Unido, chegou aos R$ 8,
e o dólar, R$ 5,80.
Retrocesso
A Austin estima uma alta de 3,3% do
PIB do Brasil em 2021, abaixo da média de crescimento global esperada de 5,5%.
Confirmadas as projeções, o país pode cair para a 14ª posição no ranking das
maiores economias do mundo, sendo superado também por Austrália e Espanha.
A
queda do Brasil foi criticada por parlamentares. A deputada federal Sâmia
Bonfim (Psol-SP) ironizou o ministro da Economia. “Parabéns ao glorioso Paulo
Guedes pelos serviços prestados. Duro é saber que há quem dê ‘uma segunda
chance’ a Bolsonaro por causa de tamanha competência de seu ministro da
economia”, tuitou.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) lembra que a
pandemia prejudicou a economia, mas o governo federal aumentou o buraco. Um
“recuo do PIB era esperado por causa pandemia, mas o que acontece no Brasil é
uma catástrofe: a maior queda da economia em 30 anos é consequência do governo
Bolsonaro, que sabota o combate à covid-19. A retomada do Brasil passa por
máscara, vacina e garantia de renda para famílias”, criticou.
Em 2002, quando ex-presidente Lula venceu as eleições, o Brasil
ocupava a 13ª posição no ranking global de economias, medido pelo PIB em dólar.
Após os mandatos do PT, o país chegou a
6º, em 2011, desbancando a Grã-Bretanha. Até 2014, já no governo
Dilma Rousseff, o Brasil se manteve na 7ª posição.
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