terça-feira, 30 de março de 2021

Bolsonaro decidiu afastar Pujol por recusa a criticar STF nas redes sobre caso Lula, como fizera Villas Bôas

Jair Bolsonaro cobrava do comandante do Exército, Edson Pujol, uma iniciativa parecida com a do ex-comandante Eduardo Villas Bôas em 2018, quando o general publicou um tuíte pressionando o STF a barrar a candidatura do ex-presidente Lula

Edson Pujol, ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro (Foto: ABr | Ricardo Stuckert)

247 - Jair Bolsonaro quer a demissão do comandante do Exército, Edson Pujol, após o general não se manifestar sobre a decisão judicial que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do mês. "O presidente esperava um posicionamento e ele não veio", afirmou um assessor palaciano. A informação foi publicada pela jornalista Thaís Oyama, no portal Uol. Bolsonaro já considerou Pujol uma "pedra no sapato".

Bolsonaro cobrava de Pujol uma iniciativa parecida com a do ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, em 2018, quando o general publicou um tuíte pressionando o Supremo Tribunal Federal a barrar a candidatura de Lula na eleição presidencial. Em livro, Villas Bôas chegou a confirmar que a prisão do ex-presidente também foi motivo por causa da pressão de militares em cima da Corte

O superior imediato de Pujol, o agora ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, disse a Bolsonaro que não poderia obrigar o comandante do Exército a se posicionar publicamente sobre a decisão do Supremo e que as Forças Armadas poderiam ser criticadas com eventual manifestação sobre o caso Lula.


Fernando Azevedo

O general Fernando Azevedo e Silva foi demitido do ministério da Defesa. O militar saiu por não apoiar o Estado de Sítio desejado por Bolsonaro, de acordo com o jornalista Ricardo Kotscho.

O agora ex-membro do governo disse a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que as Forças Armadas não irão se inclinar a eventuais medidas autoritárias do governo.

Caso Lula no Supremo

Na terça-feira (23) da semana passada, Sérgio Moro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por causa de sua parcialidade contra Lula. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela suspeição de Moro. Outro voto a favor da suspeição do ex-juiz foi o de Cármen Lúcia. 

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