Pontos de
maior atrito durante a reunião foram defesa feita por Jair Bolsonaro do
“tratamento precoce” contra a Covid-19, que não tem eficácia e pode matar, e os
ataques feitos por ele contra estados que adotaram medidas restritivas
247 - A reunião que Jair Bolsonaro teve com representantes dos poderes
Legislativo e Judiciário, realizada nesta quarta-feira (24), no Palácio da Alvorada,
foi marcada por uma série de divergências e de críticas aos governadores. Os
maiores pontos de atrito foram em função da defesa feita pelo ex-capitão do
“tratamento precoce” contra a Covid-19 e da condenação das medidas restritivas
adotadas pelos estados, como o lockdown, para conter o avanço da pandemia.
Segundo reportagem
do site O Antagonista,
Bolsonaro alegou que se governadores e prefeitos tivessem “apoiado o
tratamento precoce” com cloroquina e ivermectiva - que não possuem eficácia
científica comprovada e cujo uso não é recomendado por autoridades de saúde -
não seria necessário adotar o isolamento social e fechar setores da
economia.
Ele
também disse considerar “inaceitável” um lockdown nacional. Diversos estados e
municípios, porém, adotaram a medida como forma de evitar o colapso do sistema
de saúde.
Jair Bolsonaro
afirmou que irá criar um comitê com a participação de representantes dos
governos estaduais, do Congresso e da União para combater a pandemia de
Covid-19. Iniciativa acontece cerca de 15 dias após o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva defender, durante um discurso histórico, a criação de
uma junta para enfrentar a crise sanitária.
"Da
nossa parte, um comitê se reunirá toda semana pra decidirmos ou redirecionarmos
o rumo do combate ao coronavírus. É unanimidade a intenção de nós, cada vez
mais, nos dedicarmos à vacinação em massa no Brasil”, disse Bolsonaro após a
reunião realizada nesta quarta-feira (24), no Palácio da Alvorada.
Os presidentes da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), argumentaram
que compete à comunidade científica recomendar o uso de medicamentos, além de
atuar na adoção de medidas referentes ao funcionamento de atividades não
essenciais.
Segundo
reportagem do jornal O Globo,
a decisão sobre o uso do tratamento precoce deverá ser tomada pelo novo
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Já o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá
avaliar a constitucionalidade dos decretos de governadores e prefeitos.
Nesta
semana, o ministro do STF Marco Aurélio
Mello rejeitou o pedido feito por Jair Bolsonaro para derrubar os decretos
dos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul que impuseram
medidas restritivas e de isolamento social para conter o avanço da pandemia de
Covid-19.
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