Para a
advogada do ex-presidente, a declaração de suspeição do ex-juiz Moro é
inevitável. “Quem leu os autos, leu as provas, leu as argumentações, tem
certeza de que não há outra atitude a ser tomada senão seguir a lei”, disse Valeska
à TV 247. Assista
247 - Advogada do ex-presidente Lula, Valeska Teixeira
Zanin Martins afirmou à TV 247 que a defesa não vê riscos de um novo ataque
judicial contra o petista. Para ela, com todas as evidências levadas pelos
advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF), a declaração de suspeição do ex-juiz
Sergio Moro é inevitável.
Hoje, com os
elementos trazidos pela defesa, acho que nós não lidamos mais com qualquer tipo
de golpe, porque está tudo nos autos, está tudo descrito, protocolado,
devidamente periciado. Então acho que nada mais do que a aplicação da lei é
possível. Realmente nós não trabalhamos com qualquer tipo de hipótese de golpe.
Não tenho dúvidas de que pessoas aliadas ao lavajatismo, aqui e acolá,
gostariam que isso não fosse verdade, mas quem leu os autos, leu as provas, leu
as argumentações, tem certeza de que não há outra atitude a ser tomada senão
seguir a lei. Agora é uma questão de imagem do Judiciário, uma questão de
democracia”, falou Valeska.
Ela
explicou ainda o conceito por trás da suspeição de um juiz: “nós protocolamos
este HC [de suspeição de Moro] no momento em que o ex-juiz aceitou ser ministro
do presidente Bolsonaro. Ali nós entendemos que havia elemento probatório mais
que suficiente para que ele fosse declarado parcial. O conceito de juiz parcial
é aquele que se houver um cidadão médio que desconfie da imparcialidade do
juízo, este juízo tem que se declarar suspeito para o bem da Justiça. Não pode
haver desconfiança da população com relação ao sistema Judiciário porque é uma
das causas de ruína da democracia. Isso é histórico. Estamos falando de um conceito
de 100 anos, no mínimo
A Lava Jato, segundo a advogada, criou “construções teóricas
fora da lei, fora do nosso ordenamento jurídico” com o objetivo de “manter Lula
aprisionado dentro daquela jurisdição de Curitiba”. Ela revelou que a
força-tarefa tinha um “Plano Lula”, que detalhava o funcionamento do lawfare contra o ex-presidente. A confirmação do fato só
foi possível após a defesa ter acesso às mensagens trocadas entre procuradores
da Lava Jato, obtidas por Walter Delgatti Neto e apreendidas pela Operação Spoofing, da
Polícia Federal. “Mesmo sabendo sobre esse plano que havia para aniquilar o
ex-presidente Lula, retirá-lo da vida política, nada nos preparou para o que
nós estávamos ali lendo. Ficamos estarrecidos porque havia a confirmação
integral de tudo que nós sempre falamos. A confirmação da existência de um
‘Plano Lula’. O ‘Plano Lula’ - e não sou eu que estou falando, não é uma
interpretação, são exatamente as palavras do [Deltan] Dallagnol [ex-coordenador
da Lava Jato] - significa mover muitas ações sem fundamento para que a defesa
perca tempo, para que a defesa não consiga responder à altura os inúmeros
ataques desse poderio estatal e condená-lo sem provas. Exatamente o que aconteceu”.“Também
nesse ‘Plano Lula’ eles planejam acabar com o ex-presidente, reescrever a
história do ex-presidente Lula e, com isso, pretendiam também criar um grupo
político, como se tivesse um selo de qualidade da Lava Jato. Era um plano de poder, e esse plano de poder era financiado pela
Operação Lava Jato”, completou a advogada.
Walter Delgatti
Neto
Questionada
sobre a importância de Delgatti, que levou as conversas trocadas
por membros da Lava Jato à imprensa, Valeska destacou que a defesa do ex-presidente
nunca teve contato com ele e que atualmente tem acesso aos materiais por meio
do que foi apreendido pela Operação Spoofing, seguindo determinação do ministro
do Supremo Ricardo Lewandowski.
A advogada, no
entanto, ressaltou que Delgatti tem um “papel histórico” muito relevante para a
defesa da democracia brasileira. “Nós nunca tivemos contato com o Walter
Delgatti, mas acho que tem, obviamente, seu mérito de ter percebido o material
que estava em seu poder, percebido que se tratava de sérias ilegalidades e de
ter exposto isso procurando a mídia. Acho que é um papel histórico e deverá ser
reconhecido. Nós, pessoalmente, não temos contato com ele e nosso arquivo vem
da Operação Spoofing”.
Ela pediu
ainda segurança reforçada ao hacker. “Acho importante que haja proteção também.
Ele expôs ilegalidades que estavam sendo cometidas por agente estatais, e essa
atuação merece uma proteção por parte do Estado brasileiro, sem dúvida alguma”.
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