O
jornalista, que apoiou o golpe contra Dilma e a prisão política de Lula,
decidiu protestar apenas agora contra o componente militar do golpe contra a
democracia brasileira e diz que a pressão sobre o Supremo foi
"absurda"
247 – O jornalista Merval Pereira, que fez campanha pela
deposição ilegal da ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão política do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois fenômenos que permitiram a
ascensão do bolsonarismo, fenômeno que hoje representa uma ameaça existencial
para a Globo, decidiu protestar, com três anos de atraso, contra o componente
militar do golpe de 2016, processo que teve apoio irrestrito do grupo de
comunicação para o qual trabalha.
"A revelação
do general Villas Bôas de que a nota da pressão sobre o Supremo Tribunal
Federal (STF) na véspera do julgamento de um habeas corpus a favor do
ex-presidente Lula foi feita não em caráter pessoal, mas pelo Alto-Comando do
Exército, é muito mais grave do que já parecia há três anos. Não importa se
você gosta do Lula ou não, se acha que ele merecia o habeas corpus ou não. É um
absurdo que o Alto-Comando do Exército respalde uma declaração daquelas às
vésperas de um julgamento do STF".
Detalhe
importante: três anos atrás, a Globo não considerou o tuíte absurdo e usou a
manifestação de Villas-Bôas para também emparedar o STF, porque tinha
interesses políticos e econômicos na prisão de Lula. Com o ex-presidente fora
do jogo, a Globo pretendia consolidar o choque neoliberal no País, a entrega do
pré-sal e trabalhava por uma possível vitória do PSDB nas urnas em 2018. Agora,
Merval, que foi golpista contra Dilma e Lula, lamenta que o Brasil esteja sob o
comando de um governo antidemocrático e autoritário. Governo que ameaça cassar
a concessão do que chama de "Globolixo".
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