Um estudo
realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP apontou
que a tributação do 1% mais rico pode ter um impacto positivo de 2,4% no PIB
247 - Um estudo inédito realizado pelo Centro de
Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo
(Made-USP) apontou que a tributação do 1% mais rico, que garanta a
transferência de R$ 125 por mês para os 30% mais pobres, pode ter um impacto
positivo de 2,4% no Produto Interno Bruto (PIB). Analisando dados da Pesquisa
de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(POF do IBGE) de 2017-2018, os pesquisadores verificaram que os 10% mais pobres
gastam 87% da sua renda em consumo e o 1% mais rico gasta 24%.
De acordo com a
economista Laura Carvalho, professora da FEA-USP (Faculdade de Economia,
Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo), "a
redução da desigualdade tem benefícios em si". "Sabemos que ela tem
custos que não só têm a ver com o direito à renda e à dignidade humana, mas tem
também efeitos políticos, pois a desigualdade tende a criar distorções no
próprio sistema democrático", disse. O relato foi publicado pelo portal Uol.
"Então
existem outros objetivos para reduzir a desigualdade, que não o crescimento
econômico. Mas, muitas vezes, parece que no debate há um dilema entre crescer
ou distribuir", afirma a estudiosa, uma das autoras do estudo, ao lado de
Rodrigo Toneto e Theo Ribas.
"Isso cada vez mais está se revelando uma coisa que não
tem sustentação empírica, por isso resolvemos demonstrar com dados um dos
mecanismos que mostra que é perfeitamente possível desenhar um programa que
combine redução da desigualdade com aumento do ritmo de crescimento econômico.
Porque esses objetivos não são contraditórios".
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