Segundo o
coordenador da área de Educação do Centro de Estudos de Administração Pública e
Governo da FGV-SP, Fernando Abrucio, "salvar o deputado bolsonarista agora
para apaziguar os ânimos pode gerar um inferno político logo ali na
esquina"
247 - Coordenador da área de Educação do Centro de
Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas em São
Paulo, (FGV-SP), Fernando Abrucio acredita que a Câmara determinará não apenas
se o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) permanece preso, mas também de
que lado a Casa está: se age para assegurar a boa relação com os poderes ou se trabalha
para se autodefender.
"O resultado
vai expressar se a Câmara está mais preocupada com a defesa da democracia e com
o bom relacionamento entre os Poderes, ou se prefere proteger seus membros.
Neste sentido, a votação não é um bom indicador da base do governo Bolsonaro,
pois também não interessa ao Executivo uma briga sem fim com o STF", disse
o analista. A entrevista foi publicada pelo jornal O
Estado de S.Paulo. "Salvar o deputado bolsonarista agora para
apaziguar os ânimos pode gerar um inferno político logo ali na esquina".
"Essa
é a dúvida. Pensam os deputados: a gente salva um colega para mostrar nossa
autonomia como Poder, ou punimos para realçar o compromisso com a democracia e
garantir uma relação tranquila com o STF? Tem de lembrar que há vários
parlamentares com processos no STF", acrescentou.
"Se o STF não tivesse feito nada – e o fez de maneira
atabalhoada do ponto de vista jurídico –, já teríamos tido um cabo e um
soldado, além de milhares de bolsonaristas armados, fechando o Supremo. É
difícil saber se essa decisão vai parar com críticas violentas e autoritárias
contra o STF – críticas democráticas sempre existirão e são importantes. Mas
tem uma hora em que é preciso evitar a invasão do Capitólio, metáfora que cabe
bem no que seria o dia seguinte do vídeo do Daniel Silveira se nada fosse
feito".
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