Em nova
leva de conversas enviada ao Supremo, a defesa do ex-presidente Lula destaca
conversas em que a força-tarefa de Curitiba articulava pressão sobre ministros
da Corte. “Acho que podemos alimentar os movimentos pra direcionarem atenção
para o Alexandre de Moraes. Se pegar sem a nossa cara, melhor”, chegou a
escrever Deltan Dallagnol
247 - Em nova peça apresentada ao Supremo Tribunal
Federal (STF), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que
a Operação Lava Jato busca emparedar ministros das cortes superiores para que
decidissem a favor da força-tarefa.
As novas conversas
revelam 'ataques', conforme apontam os advogados de Lula, contra os ministros
Gilmar Mendes e Dias Toffoli, "forçando delações que estavam sendo
planejadas em Curitiba". "Também foram planejados ataques ao ministro
Alexandre de Moraes por meio de terceiros, para que as ações da 'Lava Jato'
para essa finalidade ficassem 'anonimizadas'", afirmou a defesa. "Conforme
mensagem do procurador da República Deltan Dallagnol, havia a intenção de
'colocar o STF contra a parede'", apontam os advogados.
Segundo
a ação, “os procuradores planejaram focar em algumas delações premiadas com o
objetivo de atingir indevidamente ministros desse Supremo Tribunal Federal”. Um
exemplo foi o diálogo de julho de 2016 entre Dallagnol e Julio Noronha.
“Toffoli e Gilmar todo mundo quer pegar. Mas é difícil fazer algo com base
nisso só. Até porque pode ser parente”, escreve Dallagnol.
O procurador
acrescenta: “A responsa tá conosco Julio, temos que focar neles. Precisamos
trazer construção para a colaboração”.
Em
outra conversa, Deltan Dallagnol diz: "Acho que podemos alimentar os
movimentos pra direcionarem atenção para o Alexandre de Moraes. Se pegar sem a
nossa cara, melhor, porque fico penando [sic] em possível efeito contrário em
que nós queremos colocar [sic] o STF contra a parede".
Em entrevista à TV 247 nesta
terça-feira (16), o hacker Walter Delgatti, responsável por
interceptar o conteúdo dos procuradores da Lava Jato, revelou que o ministro
Luís Roberto Barroso, que faz parte da Primeira Turma e portanto não julgava a
Lava Jato, atuava como uma espécie de “conselheiro” de Dallagnol, orientando
sobre como convencer outros juízes de outras instâncias, como do TRF-4, do STJ
e do próprio STF.
A nova
peça traz também conteúdo sobre o STJ. Além de levantar o patrimônio de magistrados da Corte junto à
Receita Federal, procuradores vazavam à imprensa trechos de delações
premiadas para pressionar magistrados em suas decisões, como ocorreu com o
ministro Ribeiro Dantas, que conseguiram tirar da relatoria da Lava Jato.
Leia a
íntegra da petição:
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