O
Ministério Público (MP) pediu que o tribunal acompanhe a apuração da Comissão
de Valores Mobiliários para descobrir se pessoas próximas ao governo Jair
Bolsonaro receberam com antecedência informações sobre a mudança na presidência
da Petrobrás
247 - O Ministério Público (MP) pediu, nesta
terça-feira (23), junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) que o tribunal
acompanhe a apuração da Comissão de Valores Mobiliários para descobrir se
pessoas próximas a Jair Bolsonaro ou à equipe econômica receberam com
antecedência informações sobre a mudança na presidência da Petrobrás e usaram
as informações para se beneficiarem em operações na bolsa de valores.
De acordo com o
subprocurador Lucas Rocha Furtado, responsável pelo pedido, a lei prevê que os
investidores devem ter isonomia de tratamento e há informações que devem ser
mantidas em sigilo ou abertas a todos de forma igual. A informação foi
publicada pela coluna de
Guilherme Amado.
"A
tipificação desse crime, conhecido como insider trading, visou a proteger o bom
funcionamento do mercado de capitais assegurando isonomia de tratamento entre
os investidores, de forma a impedir que vários investidores sejam prejudicados
por outros que detenham exclusivamente informação relevante", afirmou
Furtado.
O governo anunciou
a troca de comando da Petrobrás na última sexta-feira (19). Saiu Roberto
Castello Branco e entrou o
general Joaquim Silva e Luna, ministro da Defesa no governo Michel
Temer.
No
mesmo dia, as ações ordinárias (PETR4) da estatal fecharam o pregão valendo R$
27,33. Os papéis da estatal negociados no exterior chegaram a cair 15% depois
da divulgação da nota do presidente, que havia ameaçado na véspera fazer
mudanças na empresa. Após o anúncio da troca, bancos e operadoras passaram a
sugerir aos seus clientes que vendam as
ações da estatal.
O
governo Bolsonaro está sendo pressionado por causa da inflação. Desde janeiro,
o preço da
gasolina e do diesel acumulam altas de 34,7% e 27,7%, respectivamente.
Bolsonaro já havia dado sinais de que poderia demitir
Castello Branco, quando disse: "algo vai acontecer na Petrobrás".
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