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mensagens apresentadas pela defesa de Lula apontaram que procuradores da
Operação Lava Jato alinhavam com a juíza Gabriela Hardt as prioridades do
MPF-PR. A colegas do órgão, Deltan Dallagnol escreveu: Quem quiser que
"suas decisões saiam logo, favor criar e indicar os autos, prioridade 1, 2
ou 3 e Sumário ao lado, e me passar o link para eu passar pra ela"
247 - Diálogos apresentados pela defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal apontaram
que, durante a Operação Lava Jato, procuradores do Ministério Público Federal
do Paraná (MPF-PR) orientavam a juíza Gabriela Hardt sobre quais eram as prioridades do MPF-PR, o que demonstra
estreitas articulações entre promotores e a magistrada, minando as
possibilidades de defesa por parte dos investigados.
Em 19 de dezembro
de 2018, o procurador Deltan Dallagnol disse em um chat a colegas do órgão:
"Gente, importante: 1) Gabriela não sabe o que é prioridade. Há 500
processos com despacho pendentes e não sabe o que olhar. Combinei de criarmos
uma planilha google e colocarmos o que é prioridade pra gente". E
acrescentou: quem quiser que "suas decisões saiam logo, favor criar e
indicar os autos, prioridade 1, 2 ou 3 e Sumário ao lado, e me passar o link
para eu passar pra ela".
Segundo
o portal Conjur,
membros do MPF-PR também combinaram de encaminhar à juíza uma minuta inacabada.
A ideia seria a magistrada analisar a petição antes que o documento ficasse
pronto. A conversa é de 18 de dezembro de 2019.
"Gabriela
disse sobre as denúncias 'poxa, não chegou nenhuma ainda…' Expliquei que
estamos trabalhando intensamente e prometi avisar qdo protocoladas",
contou Dallagnol aos colegas. "Disse isto pra ela: Se ajudar, podemos
enviar a minuta no estado atual para já ir apreciando. Está quase final. Não
sei se vendi o que não temos kkkk, mas mostra uma alternativa rs".
Em
petição apresentada ao Supremo Tribunal Federal, a defesa de Lula destacou que
a procuradora Carolina Rezende citou o petista como o principal alvo da
Operação Lava Jato ao escrever
"precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número 1)".
Ela integrava a equipe do então procurador-geral da República Rodrigo Janot em
2016, quando ocorreu a troca de mensagens.
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