Jornalista,
no entanto, apoiou o golpe de 2016, que teve como finalidade abrir o pré-sal
para petroleiras internacionais, desmantelar a Petrobrás e transferir a renda
do petróleo da sociedade brasileira para o capital internacional
247 – A jornalista Miriam Leitão, que fez campanha pelo
golpe de 2016, que teve como finalidade principal transferir a renda do pré-sal
da sociedade brasileira para acionistas privados da Petrobrás, hoje diz em sua
coluna que Jair Bolsonaro e os militares deram um golpe na estatal. "A
Petrobras está sob intervenção de militares. O presidente da empresa e do
conselho são um general e um almirante, o ministro da área, um almirante. A
empresa perdeu R$ 50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira e no after
market, e a governança foi violentada. Jair Bolsonaro alimentou a especulação,
anunciou a mudança pelo Facebook e o fato relevante veio só depois. O general
Joaquim Silva Luna foi um dos redatores da nota de ameaça ao Supremo em 2018. O
ministro da Economia, Paulo Guedes, virou um fantasma dentro do governo",
diz ela.
Acionistas podem
entrar na Justiça porque tiveram prejuízo por ato temerário do acionista
controlador. Várias regras das empresas de capital aberto e do estatuto da
Petrobras foram feridas por Bolsonaro. O golpe foi executado em detalhes. Ao
anunciar que indicava Silva Luna também para ser um dos membros do Conselho de
Administração, o governo convocou uma Assembleia Geral Extraordinária. A Lei
das S/A de 2001, artigo 141, parágrafo terceiro, diz que sempre que houver a
destituição de um membro do conselho todos os outros estão destituídos. Assim,
o governo preparou o bote. Se houvesse resistência ao nome do general Luna,
entre os seus representantes no Conselho de Administração, todos os nomes
restantes seriam trocados. À noite, o governo informou que os reconduzia. Contudo,
ficou sobre eles a espada", afirma.
"A
governança da Petrobras foi atacada por Bolsonaro para impor o controle de
preços. Nem isso contentará os caminhoneiros. Bolsonaro é inimigo do
liberalismo econômico e derrubou o valor da ação da Petrobras. Mas isso se
recupera no futuro. O bem mais caro que Bolsonaro ameaça é a democracia. O país
sabe o alto preço que pagou por ela", diz ainda Miriam Leitão.
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