Uma
mensagem estarrecedora da procuradora Carolina Rezende nas trocas de mensagens
da Lava Jato: "Precisamos atingir Lula na cabeça (prioridade número
1)"
247 - Novos diálogos obtidos pela defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Spoofing
apontaram que a procuradora Carolina Rezende citou o petista como o principal
alvo da Operação Lava Jato. Ela integrava a equipe do então procurador-geral da
República Rodrigo Janot em 2016. A troca de mensagens ocorreu no dia 5 de março
daquele ano, um dia após Lula ser conduzido coercitivamente para depor na
Polícia Federal. A defesa dele protocolou nesta sexta-feira (12) uma petição no
Supremo Tribunal Federal (STF) com um novo pacote de mensagens.
"Pessoal,
fiquei pensando que precisamos definir melhor o escopo pra nós dos acordos que
estão em negociação. Depois de ontem, precisamos atingir Lula na cabeça
(prioridade número 1), pra nós da PGR, acho q o segundo alvo mais relevante
seria Renan", disse a procuradora, de acordo com informações publicadas
pela coluna de
Mônica Bergamo.
"Sei
que vcs pediram a ODE [empreiteira Odebrecht] que o primeiro anexo fosse sobre
embaraço das investigações. Achei excelente a ideia mas agora tenho minhas
dúvidas se o tema é prioritário e se é oportuno nesse momento. Não temos como
brigar com todos ao mesmo tempo. Se tentarmos atingir ministros do STF, por
exemplo, eles se juntarao contra a LJ, não tenho dúvidas. Tá de bom tamanho, na
minha visão, atingirmos nesse momento o min mais novo do STJ. acho que abrirmos
mais uma frente contra o Judiciário pode ser over. Por outro lado, aqueles
outros (lula e Renan) temas pra nós hj são essenciais p vencermos as batalhas
já abertas", acrescentou.
Procuradores da
força-tarefa também combinaram a divulgação de uma nota a favor de Sérgio Moro,
questionado por determinar a condução coercitiva de Lula. Segundo um dos
procuradores, a nota era necessária para "não deixarmos um amigo apanhar
sozinho".
A
procuradora Carol acrescentou: "Coitado de Moro.. Não ta sendo fácil.
Vamos torcer pra esta semana as coisas se acalmarem e conseguirmos mais
elementos contra o infeliz do Lula".
A
defesa do ex-presidente afirma ainda, baseada nos diálogos, que a Lava Jato
"atuava não apenas com o objetivo de devassar e produzir qualquer
coisa"contra Lula, como ainda escondia "provas de sua
inocência".
Em uma das
mensagens, procuradores da Lava Jato revelam que Paulo Dalmazzo, ex-diretor da
Andrade Gutierrez, afirmara que Lula tinha feito uma palestra para a empresa e
que saiu dela "ovacionado".
"Não
botei o termo", diz um dos procuradores que investigava palestras dada a
empresas pelo ex-presidente.
Leia a
íntegra da petição da defesa de Lula:
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