sábado, 6 de fevereiro de 2021

Lava Jato descartou prisão de Lula para não transformá-lo em “mártir vivo”

 

Lula saiu da prisão ao lado de Fernando Haddad, que foi candidato à presidência pelo PT, da namorada e de outros apoiadores HENRY MILLEO / AFP


Do UOL:

A força-tarefa da Operação Lava Jato viveu um momento de euforia com os grampos divulgados entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) em março de 2016 e, ao mesmo tempo, de cautela por temer transformar em “mártir” o petista.

Procuradores debateram que não havia “espaço político” para prisão naquele momento.

(…) Membro da força-tarefa à época, o procurador regional Antônio Carlos Welter sugeriu cautela sobre o momento da denúncia contra Lula. A tese dele tinha como base o fato de que o plenário do STF ainda iria avaliar se manteria ou não a decisão provisória de Gilmar.

“Caríssimos, acho que temos que ter um pouco de cuidado para não fazer um mártir. Ou pior, um mártir vivo, justificando o discurso do Lula de que se vê como preso político”, escreveu Welter no grupo. “Possivelmente a liminar será levada a plenário em uma semana, talvez na quarta pós Páscoa. Não vejo, assim, necessidade de pressa (embora minha vontade seja noutro sentido).”

(…) Em 14 de março, o então coordenador da força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol, também já havia indicado que um pedido de prisão demandaria novidade. “Em relação à prisão do Lula, somente se houver fato significativo, clássico e atual para um novo pedido. É minha posição.”

Fonte: DCM

 

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