Em
diálogos do Telegram, procuradores dão a entender que Márcio Schiefler
orientava a força-tarefa nos despachos enviados ao Supremo e que repassava
informações de interesse da operação. A exemplo de Moro, o juiz que trabalhou
para dois ministros da Corte, Teori e Fachin, serviu como um braço da acusação
Da CartaCapital - A divulgação de uma nova leva de mensagens entre
integrantes da força-tarefa de Curitiba e o então juiz Sérgio Moro transformou
o Supremo Tribunal Federal em um campo minado para a turma da Lava Jato. O
ministro Gilmar Mendes classificou a operação de “maior escândalo judicial da
história” e de “esquadrão da morte” e acusou o grupo de apoiar a eleição de
Bolsonaro e perturbar o País. Ricardo Lewandowski apontou a “parceria indevida”
entre o magistrado e a acusação. Até Cármen Lúcia, que no passado referendava
sem críticas o trabalho da força-tarefa, começou lentamente a se afastar do grupo.
O tempora, o
mores, declamaria Cícero. Houve um período, não muito distante, em que a Lava
Jato contava com o auxílio do STF. E não se fala aqui das célebres comemorações
de Moro e do procurador Deltan Dallagnol “In Fux we trust” e “aha-uhu, o Fachin
é nosso”. Uma sequência das mensagens do Telegram liberadas recentemente mostra
uma cooperação estreita e nada republicana entre um assessor da Corte e
integrantes da Lava Jato. Os procuradores, em diversos diálogos, citam um juiz
de nome Márcio. Trata-se de Márcio Schiefler, que serviu a dois ministros do
Supremo, Teori Zavascki, relator dos inquéritos, e Edson Fachin, ocupou uma
vaga no Conselho Nacional de Justiça e hoje cumpre expediente na 4ª Vara da
Fazenda, na catarinense Joinville.
Nas
mensagens, os procuradores dão a entender que Schiefler orientava a
força-tarefa nos despachos enviados ao Supremo e que repassava informações de
interesse da operação. Em resumo: a exemplo de Moro, o assessor serviu como um
braço da acusação contra os interesses dos investigados.
Em uma conversa de 29 de julho de 2016, Dallagnol escreveu:
“O material que o moro (sic) nos contou é ótimo. Se for verdade, é a pá de cal
no 9 e o Márcio merece uma medalha”. A força-tarefa se referia a Lula como 9 ou
nine, apelido jocoso derivado do acidente de trabalho que deixou o
ex-presidente sem um dos dedos das mãos.
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