Ministro
Gilmar Mendes, do STF, voltou a condenar as ilegalidades praticadas por Sérgio
Moro e pelos procuradores liderados por Deltan Dallagnol. "O que se
instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos
parâmetros legais", disse ele ao mencionar a atuação conjunta de Moro e do
MPF para condenar Lula
247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), voltou nesta sexta-feira (12) a fazer críticas às ilegalidades praticadas
por procuradores e pelo ex-juiz Sérgio Moro na operação Lava Jato.
Em entrevista ao
jornalista Tales Faria, do UOL,
o ministro STF demonstrou que não há dúvidas de que Sergio Moro e os
procuradores liderados por Deltan Dallagnol atuaram em conjunto para a
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Temos
que fazer consertos, reparos, para que isso não mais se repita, não se monte
mais esse tipo de esquadrão da morte. Porque o que se instalou em Curitiba era
um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais",
afirmou Gilmar Mendes.
"Acho tudo
isso lamentável, todos nós de alguma forma sofremos uma manipulação disso que
operava em Curitiba. Acho que temos que fazer as correções devidas, tenho dito
e enfatizado que Lula é digno de um julgamento justo", completou o
magistrado.
'Lavajatismo
é pai do bolsonarismo'
Na
entrevista ao UOL, o ministro Gilmar Mendes afirmou que as ações da Lava Jato
contribuíram para o surgimento do movimento de extrema-direita no Brasil,
liderado por Jair Bolsonaro.
"Acho
que a gente até pode dizer que Deus realmente seja brasileiro e esteja nos
dando uma chance de fazer uma revisão, mas, eu já disse, o lavajatismo de
alguma forma é pai e mãe do bolsonarismo", afirmou o ministro do Supremo.
O ministro falou sobre como o ex-juiz Moro interferia no
trabalho do Ministério Público, direcionando as ações dos procuradores.
Confira:
Durante seu voto no julgamento da 2ª turma do STF que deu
acesso à defesa de Lula às mensagens apreendidas na operação Spoofing, nessa terça-feira (9), Gilmar Mendes leu
diversos trechos das mensagens trocadas entre Dallagnol e Moro, que mostram que
o ex-juiz e o procurador se ajudavam. "Isto tem a ver com o processo
penal? Ou esses fatos não existiram ou, se existiram, eles são de uma gravidade
que comprometem a existência da Procuradoria Geral da República", afirmou.
"Se alguém acha que esse tipo de conduta encontra respaldo em qualquer
código de processo penal da América Latina, por favor, peça um aparte",
completou o ministro.
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