Thiago
Prado, quando era da Veja, insuflava o procurador Deltan Dallagnol a perseguir
personalidades políticas. Ele festejou quando Nestor Cerveró, então diretor da
Petrobras, foi preso por causa dele
247 - Um exemplo escandaloso da associação entre a Lava
Jato e jornalistas que se tornaram algozes e renunciaram à ética da profissão
apareceu nas mensagens da operação que estão no STF (Supremo Tribunal Federal).
Nelas, um repórter da revista Veja, Thiago Prado, agia como sócio e orientador
dos procuradores da Lava Jato, especialmente de Deltan Dallagnol, informa o Conjur.
Prado sugeria ao
procurador prisão de pessoas, fornecia mensagens (e-mails) para incriminar
pessoas suspeitas, documentos e extratos bancários. Ele festeja quando Nestor
Cerveró, então diretor da Petrobras, foi preso por causa dele. Prado, que vive
no Rio, implora por uma "ponte" com a Procuradoria-Geral da República
para entregar o que considera provas para condenar pessoas. O chat compreende o período de abril de
2015 a junho de 2016.
Papéis invertidos
O jornalista
celebrou o caso que provocou e gerou buscas e apreensões nas casas e
escritórios de 26 advogados que trabalharam para a Fecomércio do Rio de
Janeiro. Nas conversas, ele oferece ao procurador as notas fiscais que diz ter
do escritório do advogado Roberto Teixeira contra a Federação. Como Deltan nada
responde em março de 2016, Prado volta a insistir no mês seguinte. Sem qualquer
ligação com "lava jato" ou Curitiba, o evento, naturalmente, só
poderia ser conduzido pelo Rio de Janeiro que, mais tarde, entraria no assunto.
O
jornalista mostrava certa fixação com o senador Romário (PODE-RJ) que, pelo
cargo, não poderia ser investigado em Curitiba. Ele pede quebras de sigilo e
insiste também em culpar o banqueiro André Esteves. "Assim como eu
colaborei lá atrás entregando todos os e-mails do Cerveró para vocês, por
favor, peço essa ajuda para desmontarmos essa farsa", pede o repórter. Em
dado momento, Dallagnol brinca, dizendo que o jornalista já pode entrar para o
Ministério Público.
Assista ao trecho do Boa Noite 247 desta sexta-feira (13) no qual o jornalista Luis Nassif desvenda o papel da imprensa conservadora e de diversos jornalistas durante a Lava Jato:
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